A rainha Elizabeth II anunciou ontem que o governo britânico planeja finalmente reformular a Câmara dos Lordes, a Câmara alta do Parlamento, e implementar eleições diretas para seus membros apesar de a medida ameaçar a coalizão que mantém os conservadores no poder.
A medida era desejada por líderes britânicos há várias décadas, mas encontra forte resistência, não só entre os ocupantes das cadeiras como entre muitos deputados conservadores. A câmara, existente há 700 anos, não elabora leis, mas pode alterar a legislação. Numa comparação a grosso modo, são uma espécie de senadores biônicos, políticos que o governo da ditadura brasileira indicava para o cargo décadas atrás.
Segundo a rainha, o novo programa legislativo anunciado reduz o tamanho da Câmara alta hoje, são 782 membros. Além disso, 80% dos integrantes serão eleitos por um sistema proporcional e não como agora, em que os assentos são designados pela rainha após a recomendação do primeiro-ministro ou por herança aristocrática. Especialistas preveem que o anúncio feito ontem deflagre uma batalha entre os que apoiam e os que rejeitam a reforma, que pode levar a semanas de discussão no Parlamento.
O primeiro-ministro David Cameron, conservador, e seu vice, o liberal democrata Nick Clegg, insistiram que o principal foco do governo será a redução do déficit e a promoção do crescimento econômico. Apesar de ressaltar que a reforma dos Lordes não é prioridade, os dois insistiram que é correto tocar as controversas reformas, que estiveram presentes nos manifestos dos três maiores partidos nacionais nas eleições gerais de 2010.
"Acreditamos que o poder deve ser passado dos políticos de Westminster de volta ao povo do Reino Unido, e é por isso que nós vamos manter a promessa dos manifestos de nossos partidos e reformar a Câmara dos Lordes: porque aqueles que fazem as leis para o povo devem responder ao povo", disseram em um comunicado conjunto.
Economia
Após o Reino Unido voltar à recessão no mês passado, a rainha Elizabeth II garantiu que Cameron vai priorizar os esforços para melhorar a economia.
"A prioridade dos meus ministros será reduzir o déficit e restaurar a estabilidade da economia", afirmou a monarca, durante o discurso na Câmara dos Lordes, cercada pelos lordes usando os tradicionais trajes vermelhos numa cerimônia cercada de pompa.
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