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Realidade brasileira

Rainha da Jordânia visita periferia de São Paulo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-dama Marisa Letícia recebem o rei da Jordânia, Abdullah II, e a rainha Rania | Marcello Casal Jr./ABr
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-dama Marisa Letícia recebem o rei da Jordânia, Abdullah II, e a rainha Rania (Foto: Marcello Casal Jr./ABr)

Histórias de reis e rainhas não fazem parte da realidade brasileira. Nesta, uma rainha de verdade, Rania Al-Abdullah, de 38 anos, da Jordânia, desembarcou em São Paulo, para acompanhar o marido, o rei Abdullah II bin Al-Hussein, de 46, que veio ao País cumprir assuntos oficiais. Palestina formada em Administração de Empresas no Cairo - antes de se casar, trabalhou no Citibank e na Apple -, Rania é conhecida em seu país como a rainha das grifes. Mais magra do que as modelos do São Paulo Fashion Week, Rania causou furor em todos os lugares por onde passou em São Paulo.

E não foram poucos, apesar de sua visita ter durado menos de 24 horas. Ela desembarcou às 19 horas de ontem no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo, debaixo de temporal. Chovia tanto que a escada de desembarque parecia pouco estável. Recebida com todos os protocolos pela chefe do cerimonial do governo do Estado, Cláudia Matarazzo, Rania vinha de Brasília, onde passou o dia com o presidente Lula No avião mesmo, trocou o vestido azul por um tailleur bege com detalhes em preto. Chegou muito sorridente.

Acompanhada de 35 agentes da Polícia Federal, fora os quatro seguranças particulares, ela preferiu jantar do que seguir para o Hotel Renaissance, nos Jardins. Rania atravessou a cidade no pior horário do trânsito, percorrendo as Marginais do Tietê e do Pinheiros, até chegar ao Fogo de Chão, na Avenida dos Bandeirantes, na zona sul. Lá, experimentou o típico churrasco gaúcho.

"Quando a rainha entrou, a casa estava cheia. As pessoas pararam de comer", conta Jandir Dalberto, diretor de Operações do restaurante no Brasil. "Ninguém se aproximou, mas a maioria dos clientes começou a cochichar e alguns até apontavam. Ela chama muito atenção. Mas também parece uma modelo e é rainha."

Dos 35 policiais, 8 entraram e se distribuíram em duas mesas próximas. Rania experimentou todas as carnes, mas gostou mesmo da picanha. Tomou suco de laranja, enquanto o rei, um refrigerante. Para sobremesa, pediu creme de papaia.

Responsabilidade Social

Na manhã seguinte, enquanto o rei abria o Forum Econômico, para aproximar empresários brasileiros e jordanianos, organizado pela Câmara Comércio Árabe-Brasileira, Rania cumpria uma agenda de visitas sociais. "Na Jordânia, o empresariado não se envolve com questões desse tipo", comentou. Impressionada com os programas desenvolvidos pelo terceiro setor, ela contratou o brasileiro Saimon Zaidk, membro do conselho do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, como assessor, para ajudá-la a implantar algo parecido em seu país. O primeiro compromisso do dia foi na Associação Cidade-Escola Aprendiz, numa estreita rua da Vila Madalena, na zona oeste.

Acompanhada de quatro batedores, a rainha parou o trânsito no entorno do Cemitério de Pinheiros. Defensora Eminente do Unicef, desceu do carro de calça social azul-marinho e uma camiseta do órgão internacional. A única jóia que chamava atenção era o par de brincos de turquesa, pedra preferida dos árabes por trazer sorte, cravejado de brilhantes. Rania teve muita paciência.

Ouviu atentamente as explicações sobre o projeto, pichou muro, e ainda conversou com adolescentes, sentada num pufe feito com pneus, no meio do chamado beco-escola, sob sol quente. Os jovens se animaram nas explicações sobre suas experiências. E Rania, sentindo o sol quente no rosto, interrompeu o falatório educadamente. Levantou-se e disse que estava muito quente.

Em seguida, a rainha foi levada à Associação Comunitária Despertar, idealizada por Milu Vilela, maior acionista individual do banco Itaú. Localizada nas quebradas da zona sul, no Jardim Vilas Boas, Rania visitou cinco classes, entre elas, as de cursos profissionalizantes de manicure e eletricista. "Se soubesse que ela era assim tão despojada viria de jeans", disse Milu, que vestia um elegante tailleur azul-marinho. Todos os momentos da visita foram registrados por uma equipe de fotógrafos e cinegrafistas da realeza. O rei e a rainha pegaram o avião de volta para casa às 15 horas de hoje, com sua comitiva: 50 pessoas, entre camareiras, assessores e até médico.

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