A rainha Elizabeth completou 80 anos nesta sexta-feira demonstrando a vitalidade necessária para se tornar a monarca a reinar por mais tempo na Grã-Bretanha. A dez anos de igualar o feito da Rainha Vitória - que governou por 64 anos - a enérgica e ativa Elizabeth II não demonstra sinais de que vá diminuir o ritmo. Os genes, ao que indica, trabalham a seu favor. A sua mãe morreu aos 101. Coroada há 53 anos, a monarca européia descarta abdicar, e as pesquisas de opinião mostram que, enquanto ela estiver viva, a reivindicação republicana pela abolição da monarquia está fadada ao fracasso.
Numa pesquisa da ITV News, ela foi considerada a nobre mais popular. Em último lugar apareceu Camilla, duquesa da Cornuália, que casou no ano passado com Charles, o filho mais velho da rainha, após 35 anos de um romance tortuoso.
A octogenária mais famosa da Grã-Bretanha, que viu 10 primeiros-ministros passarem pelo cargo durante seu reinado, optou por uma comemoração discreta para esse marco pessoal. Após um breve passeio entre seus súditos - uma tradição que ela adotou desde uma viagem à Austrália e à Nova Zelândia em 1970 - ela passará o dia no Castelo de Windsor, destruído pelo fogo em 1992, ano que ela denominou de "annus horribilis", após o final do casamento de três de seus quatro filhos.
Entre as pessoas que a esperavam em Windsor, a Oeste de Londres, estava Margaret Kittle, de Winona, Canadá, que decidiu de última hora fazer a viagem.
- Vim especialmente para isso. Tomei o avião na noite passada e peguei um táxi para cá direto do aeroporto. Foi uma decisão de última hora e eu não me arrependo - afirmou à Reuters.
Em resposta aos 20 mil cartões de aniversário e 17 mil e-mails recebidos, a rainha disse:
- Fiquei muito emocionada com o que vocês escreveram e gostaria de expressar minha gratidão a todos por tornar este dia tão especial para mim.
Na noite de sexta-feira, Charles oferecerá um jantar familiar privado para sua mãe. Os dois estão muito mais próximos agora que a vida amorosa do príncipe foi resolvida. A primeira mulher dele, princesa Diana, morta num acidente de carro em Paris em 1997, espalhando o luto entre os britânicos, culpava Camilla pelo fim de seu casamento com Charles.
A rainha, nascida em 1962, sofreu um desgaste com os casamentos desastrosos de seus filhos, mas atualmente a maioria da opinião pública é favorável à monarquiam, pelo menos até a morte de Elizabeth.
O colunista veterano do Mail on Sunday William Rees-Moog disse que seu reinado é comparável em duração e realizações ao de suas predecessoras, Rainha Elizabeth I, no século 16, e Rainha Vitória, no século 19.
Mas o correspondente real do Daily Mirror James Whitaker afirmou que ela não deve entrar para a história como uma grande monarca.
- Está tudo bem com a monarquia enquanto ela estiver viva. Mas não tenho certeza se continuará quando ela morrer. Não acho que desejamos que Charles assuma o trono em qualquer emergência real.