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Viagem histórica

Rainha honra mártires irlandeses

No Jardim das Recordações, em Dublin, a rainha Elizabeth II ofereceu uma coroa de flores à honra dos irlandeses que lutaram pela liberdade do país contra a Grã-Bretanha | Arthur Edwards/Reuters
No Jardim das Recordações, em Dublin, a rainha Elizabeth II ofereceu uma coroa de flores à honra dos irlandeses que lutaram pela liberdade do país contra a Grã-Bretanha (Foto: Arthur Edwards/Reuters)
Manifestantes arremessam tijolos durante protesto ontem em Dublin |

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Manifestantes arremessam tijolos durante protesto ontem em Dublin

Dublin - A rainha Elizabeth II conheceu ontem o Jardim das Recordações. Diante de uma multidão de dignitários, militares e de seu marido, o duque de Edimburgo, que teve o tio morto por militantes nacionalistas irlandeses em 1979, a mo­­narca usou uma coroa de flores para honrar a memória dos irlandeses que lutaram por independência contra a Grã-Bre­­tanha. A cerimônia teve um mi­­nuto de si­­lêncio.

A rainha realiza a primeira vi­­sita de um monarca britânico à República da Irlanda. Antes da via­­gem histórica, soldados desativaram uma bomba na madrugada, de acordo com a polícia e os militares.

O explosivo foi encontrado no compartimento de bagagem de um ônibus na localidade de May­­nooth, no condado de Kildare, per­­to de Dublin, na noite de se­­gunda-feira, segundo fontes oficiais. Ele foi desativado pelo Exército da Ir­­landa.

A visita é a primeira de um mo­­narca britânico desde a independência da Irlanda, em 1922, e está cercada por uma forte operação de segurança, em meio a ameaças do terrorismo republicano irlandês. O custo total para a operação de segurança é estimado em US$ 42,4 milhões, uma grande quantia para um país em profunda de­­pressão econômica. A rainha, de 85 anos, deve ficar quatro dias no país.

Elizabeth II teve uma reunião ontem à tarde com a presidente da Irlanda, Mary McAleese. A artilharia do Exército da Irlanda disparou uma salva de 21 tiros em homenagem à rainha e de­­pois uma banda militar tocou o hino britânico "God Save the Queen".

As homenagens foram feitas para mostrar o bom momento na relação entre Grã-Bretanha e Ir­­landa, marcada pelo processo de paz no Ulster, província britânica no norte da ilha irlandesa, onde conflitos entre católicos e protestantes deixaram 3.700 mortos durante três décadas.

Elizabeth II visita a Irlanda exatamente um século depois de seu avô, o rei George V, ter ido à ilha quando a Irlanda inteira fazia parte do Império Britânico.

Hoje à noite, Elizabeth II fará um discurso no Castelo de Dublin, abordando as relações entre os dois países. McAleese disse que a Grã-Bretanha e a Irlanda estão "de­­terminadas a tornar o futuro um lugar muito, muito melhor".

IRA

Grupos dissidentes do inativo Exér­­cito Republicano Irlandês (IRA) se opõem à viagem. A polícia britânica informou ontem que membros do IRA ameaçaram instalar uma bomba no centro de Londres.

Apesar do caráter em grande parte amistoso do primeiro dos quatro dias da visita, o partido nacionalista Sinn Fein, que defende a integração da Irlanda do Nor­­te à República da Irlanda, lançou balões negros no céu de Dublin. O parlamentar Aengus O Snodaigh disse que os balões simbolizavam as centenas de irlandeses mortos pelas tropas britânicas no Ulster.

O primeiro dia de visita da rainha gerou alguns protestos e ao menos 21 pessoas foram presas. Houve confrontos entre a polícia e partidários do IRA a cerca de um quilômetro de onde a rainha passou, mas os incidentes não atrapalharam a passagem da monarca nem comprometeram a segurança da visita.

Longe das áreas visitadas, houve casos de vandalismo, com ma­­nifestantes atirando fogos de artifício, garrafas e sinalizadores contra policiais e incendiando latas de lixo ao longo de algumas ruas.

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