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Em gesto histórico para o processo de paz na Irlanda do Norte, a rainha Elizabeth II apertou ontem as mãos de um ex-comandante do Exército Republicano Irlandês (IRA), Martin McGuinness, hoje vice-premiê do território pertencente ao Reino Unido.

O ato simboliza a reconciliação entre dois antigos inimigos: as Forças Armadas britânicas, chefiadas pela rainha, e a organização paramilitar católica que lutava contra a ocupação da Irlanda do Norte pelo Reino Unido.

O IRA depôs as armas após acordo em 1998 que resultou num Parlamento formado por católicos e protestantes no território. A viagem da rainha a Belfast, capital da Irlanda do Norte, é parte dos festejos de 60 anos de reinado.

McGuinness chefiava o IRA quando a organização cometeu o atentado que matou o lorde Louis Mountbatten, um primo da rainha, há 33 anos. O único momento desconfortável do encontro foi quando o marido da rainha, o príncipe Philip, evitou conversar com o vice-premiê.

McGuinness, que não curvou a cabeça no gesto de praxe de deferência à rainha, despediu-se dela dizendo "boa sorte e que Deus a abençoe" no idioma irlandês. Após o encontro, disse que a reunião havia sido "muito boa".

Como na visita que fez à Irlanda no ano passado, a rainha escolheu trajes e chapéu verdes – cor símbolo da República irlandesa, independente do Reino Unido – para se encontrar com o ex-comandante do IRA.

A visita à Irlanda, aliás, foi fundamental para que o Sinn Fein, partido político de McGuinness e ligado ao IRA, aceitasse o aperto de mãos.

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