O presidente de Madagascar, Marc Ravalomanana, renunciou ao cargo nesta terça-feira (17) após sofrer um golpe militar depois de semanas de campanha da oposição.

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"Ele chegou a conclusão que é melhor para o país. Ele se comportou como um estadista", disse o porta-voz do presidente.

O Exército entregou o poder ao chefe da oposição, Andry Rajoelina, que já estava nos escritórios da presidência, no centro da capital, Antananarivo, acompanhado de uma multidão de partidários e saudado pelos militares que haviam tomado o prédio no dia anterior.

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Rajoelina proclamou-se chefe de um "governo de transição" e disse que vai realizar eleições em um prazo de 24 meses. Antes, ele disse que vai reescrever a Constituição do país e fundar uma "Quarta República" na ilha do Oceano Índico.

Ravalomanana, que havia deixado na segunda-feira o palácio presidencial, está refugiado em local desconhecido.

A União Africana, que havia rejeitado qualquer mudança inconstitucional de poder, disse que os militares não deveriam entregar o poder ao líder oposicionista.

Semanas de turbulência e protestos liderados por Rajoelina provocaram a morte de 135 pessoas em Madagascar, derrubando o turismo e assustando investidores estrangeiros dos setores de mineração e exploração de petróleo.

Rajoelina liderou manifestantes para dentro do palácio presidencial em Antananarivo na terça-feira, depois de ter declarado que oito ministros de Ravalomanana haviam renunciado devido à crise política.

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Guardas presidenciais e centenas de manifestantes estavam protegendo Ravalomanana em outro palácio, que é sua residência, nos subúrbios de Antananarivo. Ele havia prometido lutar até a morte para manter-se no poder.

Na segunda-feira, o tradicionalmente neutro Exército de Madagascar manifestou seu apoio a Rajoelina e invadiu o palácio presidencial no centro de Antananarivo. Os militares também ocuparam o banco central do país.

Rajoelina, ex-DJ de 34 anos e prefeito deposto de Antananarivo, vinha exigindo a renúncia de Ravalomanana desde o começo de 2009 e agora quer sua prisão. Ele acusou o presidente de ser um ditador e de controlar Madagascar como se fosse uma empresa privada.

Mas partidários do presidente deposto classificam Rajoelina como um agitador disposto a chegar ao poder de forma ilegal.