Ouça este conteúdo
O rapper Sean "Diddy" Combs foi preso nesta segunda-feira (16) em Manhattan, em Nova York (EUA) após ser alvo de diversas denúncias que o caracterizaram como um “predador sexual violento”.
Conforme as autoridades, o rapper americano “participou de forma contínua em um esquema generalizado de abuso de mulheres e outras pessoas”.
Diddy Combs foi indiciado nesta terça-feira (17) em um tribunal federal de Nova York por conspiração de crime organizado, tráfico sexual por força, fraude ou coerção e tráfico de pessoas. O artista planeja se declarar inocente, de acordo com a emissora CNN.
A acusação alega que, a partir de 2009, o rapper agrediu mulheres em diversas ocasiões, “socando, esmurrando, arrastando, jogando objetos e dando chutes” nelas.
Diddy Combs também é acusado de manipular mulheres por meio de atos como distribuição de narcóticos, intimidação ou violência para que se envolvessem em “atividades sexuais orquestradas com profissionais do sexo”.
Além disso, o rapper também é acusado de ser o chefe de uma empresa criminosa, a Combs Enterprise, cujos membros se envolveram em tráfico sexual, trabalho forçado, tráfico de pessoas, crimes de narcóticos, sequestro, incêndio criminoso, suborno e obstrução da justiça, entre outros.
Diddy teria utilizado sua empresa e seus funcionários para “conduzir, facilitar e encobrir seus abusos e comércio sexual” e, de acordo com os promotores, conquistou a lealdade dos membros de suas empresas por meio de violência e ameaças.
O rapper também teria “intimidado, manipulado, subornado e ameaçado as pessoas que testemunharam os crimes cometidos por membros e associados da empresa”.
O advogado de Diddy, Marc Agnifilo, disse à CNN que seu cliente “é inocente” das acusações.
O indiciamento do músico de 54 anos ocorre depois que ele se tornou alvo de dez acusações de abuso sexual e estupro de mulheres no ano passado, alegações que Diddy negou.
No entanto, em maio, o rapper emitiu um pedido público de desculpas depois que um vídeo de 2016 foi revelado, no qual chutava e arrastava sua então namorada Cassie Ventura pelos corredores de um hotel de Los Angeles.
Em março deste ano, as autoridades executaram dois mandados de busca e apreensão em suas propriedades em Los Angeles e Miami como parte de uma investigação federal sobre tráfico sexual, tráfico de drogas e posse ilegal de armas.
Polícia encontrou armas, lubrificantes e garrafas em casas do rapper Diddy
O procurador do Distrito Sul de Nova York, Damian Williams, disse em entrevista coletiva nesta terça-feira que a polícia encontrou armas de fogo e munição, várias caixas de lubrificante e mais de mil garrafas nas casas do rapper Diddy em Los Angeles e Miami, após as buscas realizadas em março, cujos detalhes só agora foram revelados.
Entre as armas encontradas em suas residências de luxo estavam três fuzis AR-15, dois dos quais foram encontrados quebrados no guarda-roupa de seu quarto em Miami, junto com carregadores cheios de munição.
Além disso, também foram encontrados dispositivos eletrônicos contendo imagens e vídeos dos encontros forçados de Diddy entre mulheres e profissionais do sexo - apelidados de “freak offs” pelo rapper - que normalmente envolviam drogas como ketamina (também chamada de cetamina), ecstasy e GHB, e podiam durar vários dias.
De acordo com o procurador, Diddy usava seus associados, funcionários e outros, incluindo supervisores, assistentes pessoais e seguranças, para “ajudar a esconder seus abusos”.
Essas pessoas reservavam quartos de hotel e os enchiam de suprimentos, como drogas, óleo para bebês, lubrificantes ou roupas de cama extras, e depois os limpavam.
O escritório de Williams também foi encarregado de processar o pedófilo Jeffrey Epstein antes de seu suicídio. Perguntado na coletiva se ele está preocupado com a segurança de Diddy, o procurador negou que haja qualquer conexão entre o que aconteceu com Epstein e “o que pode ou não acontecer” com o rapper.
Williams falou sobre sua intenção de manter Diddy na prisão antes do julgamento, já que “existe a possibilidade de prisão preventiva em casos como esse e acreditamos que ela se justifica”.
O procurador acrescentou que a investigação está em andamento e agradeceu às testemunhas e vítimas por “ajudarem a esclarecer” o caso.