O presidente cubano, Raúl Castro, demitiu os vice-presidentes Osmany Cienfuegos e Pedro Miret, dois líderes históricos da revolução de 1959, como parte de uma profunda reestruturação do governo, informou o Diário Oficial nesta terça-feira (24). Eles ocupavam duas das seis vice-presidências do Conselho de Ministros. Apesar da sua importância histórica, eram politicamente discretos.

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O decreto firmado por Raúl em 2 de março e divulgado na terça-feira não esclarece os motivos das demissões.

Há três semanas, Raúl anunciou a destituição de dez ministros, entre eles o chanceler Felipe Pérez Roque e o vice-presidente Carlos Lage, ambos dirigentes de grande projeção política, que foram acusados de cometerem "erros" ainda não esclarecidos.

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Cienfuegos, 78 anos, é irmão do histórico comandante rebelde Camilo Cienfuegos, que morreu num acidente aéreo logo depois da revolução. Até o final da década de 1990, ele foi ministro do Turismo.

Miret, 82 anos, participou de pelo menos dois fatos históricos em Cuba: acompanhou Fidel Castro no ataque ao quartel Moncada (Santiago de Cuba, leste), em 1953, e mais tarde, em 1956, esteve com ele na tripulação do iate Granma que desembarcou vindo do México para fazer a revolução na Sierra Maestra.

Raúl, efetivado na Presidência em fevereiro de 2008, em substituição ao enfermo Fidel, disse no começo de março que as mudanças no gabinete visavam tornar o governo mais compacto e funcional, e aperfeiçoar o sistema socialista da ilha.

Na ocasião, ele disse que não descartava promover mais mudanças neste ano.

Em seus cada vez mais raros pronunciamentos, Fidel acusou Pérez Roque e Lage de assumirem um "papel indigno". Os dois dirigentes divulgaram cartas de renúncia em que admitem ter cometido "erros" não especificados.

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