Havana – Raúl Castro completou ontem um mês como presidente interino de Cuba, e fez as primeiras modificações ministeriais divulgadas publicamente desde que o líder cubano, Fidel Castro, delegou a chefia de governo a seu irmão na ilha.

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O comandante Ramiro Valdés, de 74 anos, figura histórica da Revolução Cubana, assumirá a pasta de Informática e Comunicações, de acordo com o jornal Granma, órgão oficial do Partido Comunista. A nota indica que a proposta do Departamento Político do partido, o Conselho de Estado, decidiu promover Valdés e tirar do cargo o ministro Ignacio González Plana, "a quem outras tarefas serão atribuídas".

A escolha de Valdés foi recebida com "surpresa" pelos diplomatas consultados, tendo em vista a suposta disputa histórica entre o Ministério do Interior, que Valdés liderou em duas oportunidades, e as Forças Armadas, dirigidas por Raúl Castro. Para um analista, essa história "não passa de mito e Valdés já é, há muitos anos, um empresário eficaz".

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Em um país onde o simbolismo tem muita importância, Valdés, um dos três "comandantes da Revolução" – título honorífico que nem Raúl Castro tem – que ainda estão vivos, foi o escolhido para protagonizar a primeira mudança ministerial desde 31 de julho. Nesse dia, Fidel Castro informou que delegava seus poderes a seu irmão Raúl e a seis homens de sua confiança, após ter sido submetido a uma operação intestinal.

Herói da República de Cuba, foi ministro do Interior desde a criação desse organismo, em junho de 1961, cargo que ocupou até 1968, e em um segundo período, de 1979 a 1986.

Valdés acompanhou Fidel no frustrado assalto ao Quartel de Moncada, em 26 de julho de 1953, em ação pela qual ficou preso até maio de 1955, e foi um dos rebeldes de Sierra Maestra, onde combateu seguindo ordens de Raúl Castro e do comandante Ernesto "Che" Guevara.