O general Raúl Castro, 81, anunciou ontem que este será seu último mandato como presidente de Cuba. O anúncio foi feito em um discurso ao novo Parlamento do país, pouco após ter confirmado o segundo mandato, com duração de cinco anos.
Com isso, Raúl deve entregar o poder a um sucessor em 2018.
Conforme a imprensa oficial cubana, a decisão está de acordo com a intenção de Raúl de limitar os cargos políticos a um máximo de dez anos.
Na última sexta-feira, Raúl brincou sobre uma possível aposentadoria durante encontro com o primeiro-ministro da Rússia, Dmitri Medvedev, em Havana. "Vou renunciar. Vou completar 82 anos, tenho direito de me aposentar. Vocês não acreditam?", disse, rindo.
Também ontem foi escolhido o novo "número dois" do regime, o vice do Conselho de Estado, Miguel Diaz-Canel, que fará 53 anos em abril que vem. O político é engenheiro elétrico de formação, ex-ministro da Educação e herdeiro político do presidente, com vistas a projetar o único regime comunista das Américas para o futuro. Ele é a mais alta autoridade do governo que não teve participação direta na Revolução Cubana de 1959.
Entre outras decisões tomadas ontem, Estebán Lazo, que antes atuava como vice-presidente de Raúl Castro, foi escolhido para presidir a Assembleia Nacional (parlamento cubano), informou a agência de notícias Prensa Latina. Aos 69 anos, Lazo sucede Ricardo Alarcón, que estava no cargo desde 1993.
Também foram reeleitas Ana María Mari Machado para a vice-presidência e Miriam Brito para a secretaria do Parlamento Cubano, de acordo com a agência cubana. Amarilys Pérez, que preside a Comissão Nacional de Candidaturas, afirmou em entrevista concedida ao jornal Juventud Rebelde que a eleição deste domingo visava a um projeto que garanta a "continuidade da revolução, de nosso sistema socialista, a vontade da maioria dos cubanos."