O general Raúl Castro, de 81 anos, foi ratificado neste domingo como presidente de Cuba para um segundo mandato de cinco anos.
Castro confirmou que o segundo mandato que está iniciando neste domingo será o último e anunciou que se introduzirá na constituição cubana a limitação dos cargos políticos a um máximo de dez anos.
A Assembleia Nacional (Parlamento unicameral) reelegeu Castro para a Presidência do Conselho de Estado, segundo um comunicado da agência estatal "Prensa Latina".
A confirmação de Castro como presidente era previsível, embora o próprio líder cubano realizou esta semana desconcertantes declarações nas quais brincou com a possibilidade de renunciar dada sua avançada idade.
Raúl Castro foi nomeado formalmente presidente de Cuba em fevereiro de 2008, dois anos após ter assumido de forma interina a direção do país ao substituir seu irmão Fidel Castro quando este adoeceu e delegou o poder em 2006.
Seu governo se dedicou a impulsionar um plano de reformas para "atualizar" o socialismo cubano e reanimar uma economia em crise desde a queda do bloco soviético.
O Parlamento cubano designou hoje também o restante dos 31 membros do Conselho de Estado - órgão que representa a Assembleia entre cada período de sessões - entre eles o primeiro vice-presidente, outros cinco vice-presidentes e um secretário.
Além disso, os deputados elegeram Esteban Lazo como novo titular da Assembleia, cujo oitavo mandato foi constituído neste domingo para um mandato de cinco anos até 2018.
Vice
Miguel Díaz-Canel, de 52 anos, foi eleito neste domingo como primeiro vice-presidente do Conselho de Estado de Cuba, tornando-se o número dois do governo do general Raúl Castro, segundo informou a agência oficial "Prensa Latina".
Díaz-Canel, um dos vice-presidentes do atual Conselho de Ministros, está substituindo José Ramón Machado Ventura, de 82 anos e um dos personagens históricos da revolução cubana.
Machado Ventura é, ainda, segundo secretário do governante Partido Comunista de Cuba (PCC, único legal).
O novo primeiro vice-presidente, um engenheiro elétrico, é membro do Birô Político do Partido Comunista de Cuba e anteriormente ocupou a responsabilidade de primeiro-secretário da formação nas províncias de Villa Clara (centro) e Holguín (este).
Entre 2009 e 2012 foi ministro da Educação Superior e em março do ano passado foi designado vice-presidente do Conselho de Ministros.
Para ocupar as outras cinco vice-presidências do Conselho de Estado foram escolhidos até agora o primeiro vice-presidente José Ramón Machado Ventura; a Contralora Geral, Gladys Bejerano; o comandante da revolução Ramiro Valdés; a primeira secretária do PCC em Havana, Lázara Mercedes López; e o secretário-geral da Central de Trabalhadores (sindicato único), Salvador Valdés.
Lázara Mercedes López e Salvador Valdés integram pela primeira vez a lista de vice-presidentes nesta instância do Governo.
O secretário do Conselho de Estado, Homero Acosta, foi ratificado no posto.
Outros reeleitos como membros do Conselho de Estado são o coordenador das reformas para atualizar o modelo econômico da ilha, Marino Murillo; os ministros das Forças Armadas Revolucionárias, Leopoldo Cintra, e do Interior, Abelardo Colomé; e a presidente do Instituto de Recursos Hídricos, Inés Chapman.
Também integram o órgão o comandante da revolução, Guillermo García, o chanceler Bruno Rodríguez, o ministro da Economia e Planejamento, Adel Yzquierdo, o presidente da União de Escritores e Artistas, Miguel Barnet, e os dirigentes nacionais da União de Jovens Comunistas, Yuniasky Crespo, e da Federação de Mulheres Cubanas, Teresa Amarelle.
A relação é completada por Tania León, Álvaro López, Sergio Rodríguez, Lester Alain Alemán, Yaramis Armenteros, Ileana Flores, Félix González, Carmen Rosa López, Martha del Carmen Mesa, Carlos Rafael Miranda, Miriam Nicado, Miladys Orraca e Lyz Belkis Rosabal.
A integração do Conselho de Estado inclui 17 novos membros, o que representa uma renovação de 54,84%, com idade média de 57 anos e um total de 13 mulheres (41,94) e 12 negros e mestiços (38,71).