O presidente cubano, Raúl Castro, um dia antes de cumprir 80 anos, brincou na quinta-feira dizendo que está melhor do que muitos que são mais jovens. Ele também alertou que o governo comunista da ilha está aplicando um "duro" plano de reformas econômicas.
Em um tom jocoso, o governante chegou a perguntar às mulheres como elas o viam, mas disse depois, mais sério, que lamentava não poder se retirar do poder, uma alusão à proposta que limitaria o tempo de permanência para cargos políticos do Estado.
"Quantos velhos de 60 anos por aí que não estão como eu estou. É uma pena que eu não posso me aposentar e cumprir o que se acordou no Congresso (do Partido Comunista)", disse pouco depois de se despedir no aeroporto de Havana do ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva.
Lula fez uma visita de dois dias à ilha, onde conversou com o ex-mandatário cubano Fidel Castro. "Ontem (quarta-feira) visitei Fidel. Estava muito falador como sempre", disse o ex-presidente.
Raúl Castro, que substituiu em 2008 na Presidência o seu irmão Fidel --de 84 anos-, disse em abril durante o congresso que era "uma verdadeira vergonha" que o país não tenha preparado líderes jovens para substituir a geração histórica que foi liderada por quase meio século pelo seu irmão.
Ele discutiu o tema da sucessão em um congresso comunista e disse que uma conferência do partido estudará em janeiro de 2012 a possibilidade de limitar a dois mandatos de cinco anos a permanência de dirigentes políticos em cargos de governo.
"Bom, eu não tenho dois mandatos, vou para o primeiro. As mulheres, como elas me veem?", brincou Raúl em declarações à imprensa. "São tantas coisas para corrigir, incluindo juridicamente", disse em uma referência ao grande plano de reformas econômicas, muitas delas colocadas em prática antes do congresso.
O presidente cubano garante que as reformas são necessárias para manter o sistema socialista, até agora comandado pela geração histórica da revolução iniciada em 1959.
Raúl Castro completa 80 anos na sexta-feira. O seu primeiro vice-presidente, José Machado Ventura, também tem 80 anos; e o segundo vice-presidente, Ramiro Valdés, 79.
Por meio de 313 reformas econômicas, ele pretende reduzir o papel e os custos do Estado e espera atingir isso cortando um milhão de empregos estatais nos próximos anos, além de dar mais espaço para as empresas estatais, entre outras medidas.
Outras ações estão em andamento, ainda que a decisão final sobre algumas mudanças fundamentais devem acontecer na Assembleia Nacional (Parlamento) que vai se reunir no segundo semestre.
Raúl pediu à ministra da Justiça, María Esther Reus, que se concentrasse na revisão de todos os documentos e resoluções que devem ser modificados em breve.
"Há milhares (de resoluções) e é preciso ir preparando tudo isso para fazer as coisas de maneira ordenada, dentro da ordem institucional", destacou.
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