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Cuba – O presidente interino de Cuba, Raúl Castro, ofereceu ontem selar as pazes com o dirigente que, no próximo ano, vier a ser eleito para substituir George W. Bush no comando do governo norte-americano.

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Mas Raúl avisou que não passam de um "sonho amalucado" as esperanças de que o país submeta-se a uma transição depois de Fidel Castro, irmão dele, ter se afastado do poder há exatamente um ano, em virtude de problemas de saúde. "O novo governo (dos EUA) precisará decidir se mantém a política absurda, ilegal e malsucedida contra Cuba ou se aceita a oferta de paz realizada por nós", afirmou Raúl em um discurso proferido durante as celebrações pelos 54 anos da luta revolucionária no país.

O atual dirigente havia oferecido em dezembro resolver meio século de guerra ideológica com os EUA por meio do diálogo. O governo norte-americano reafirmou que não negociaria com um "ditador provisório". "Se as novas autoridades dos EUA desejam colocar fim à prepotência e, se decidirem conversar de um modo civilizado, isso será bem-vindo. Se as coisas ocorrerem de outra forma, estamos dispostos a continuar enfrentando a política de hostilidade deles, por mais 50 anos se necessário", acrescentou.

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Segundo Raúl, Fidel, que falou em público pela última vez há exatamente 12 meses, continua em recuperação. "Para a alegria de nosso povo, ele já realiza uma atividade cada vez mais intensa e de suma importância", disse o atual dirigente cubano em seu discurso, proferido como parte das comemorações pelo ataque contra o Quartel de Moncada, a primeira ação armada do movimento revolucionário que levou os comunistas ao poder em 1959.

Mais de 100 mil pessoas o saudavam agitando bandeirinhas cubanas de papel na praça da Revolução da cidade de Camaguey, localizada 535 quilômetros a sudeste de Havana. Raúl, porém, em seu discurso de uma hora, não calou as dúvidas sobre o futuro político do irmão dele, que depois de um ano afastado continua a fazer suspense sobre seu retorno ao cargo que ocupou desde a vitória da revolução. Raúl, 76 anos, deixou claro, no entanto, que ele está agora no comando do país.

O atual dirigente falou sobre a distância entre os salários e o preço dos produtos na ilha e assegurou que o governo interino esforça-se para solucionar os problemas dos 11 milhões de cubanos.

O Dia da Rebelião, celebrado ontem, é a festa nacional mais importante de Cuba. A data lembra o ataque quase suicida contra o Quartel de Moncada, em Santiago de Cuba. A ação, liderada por Fidel e realizada no dia 26 de julho de 1953, pretendia provocar uma insurreição contra o então ditador Fulgencio Batista. A investida, no entanto, fracassou totalmente e custou a vida da maioria dos insurgentes. Mas lançou as bases do movimento guerrilheiro que levaria Fidel ao poder em 1959.