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O líder interino de Cuba, Raúl Castro, pediu nesta quarta-feira mais debates sobre as políticas públicas no país comunista, assinalando um estilo diferente de governar em relação a seu irmão Fidel Castro, afastado do poder.

``Às vezes as pessoas temem o termo discordar, mas eu digo que, quanto mais debate e mais discordância há, melhores serão as decisões'', afirmou ele a estudantes em Havana.

Raúl Castro disse que está delegando mais responsabilidades e fazendo menos discursos que seu irmão famoso pela verborragia, e administrando o mais país de 11 milhões de pessoas de maneira mais coletiva.

Ele não mencionou a saúde de Fidel, de 80 anos, que não é visto em público desde que uma cirurgia intestinal de emergência forçou seu afastamento do poder, em 31 de julho, pela primeira vez desde a revolução de 1959.

A ausência do líder provocou incertezas sobre o futuro do único país comunista do hemisfério ocidental, em meio a especulações de que Fidel poderia estar perto da morte.

Raúl Castro, 75, apontado como sucessor, disse que o sistema de partido único vai continuar existindo com ou sem o irmão.

``Fidel é insubstituível, a não ser que seja substituído por todos juntos'', afirmou, repetindo a declaração que fez em junho, de que o único herdeiro possível é o Partido Comunista de Cuba.

``Fidel é insubstituível e não pretendo imitá-lo. Quem imita, fracassa'', disse Raúl, em curto discurso em uma conferência na Federação de Estudantes Universitários de Cuba.

Raúl Castro divertiu os 800 participantes com histórias sobre sua infância, incluindo uma sobre como caiu de um cavalo quando tentou imitar um camponês e cavalgar sem sela.

Ele aparentava tranquilidade, mesmo usando uniforme militar, e disse que Cuba passa por um momento ``histórico''.

``Eu digo histórico porque, gostem ou não, estamos finalizando o cumprimento do nosso dever e temos que passar para novas gerações.''

Analistas acreditam que Raúl Castro não tem ambição de governar Cuba por tempo indeterminado e vai administrar o país por alguns anos, antes de passar o poder para um sucessor mais jovem.

Desde que assumiu, em julho, jornais cubanos publicaram histórias raras expondo roubos e corrupção na sociedade socialista cubana. Ele disse ser a favor do relaxamento do controle estatal da economia.

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