Raúl Castro e o presidente da Bolívia, Evo Morales, durante cúpula do G77 e China, na cidade boliviana de Santa Cruz.| Foto: EFE/Andres Cristaldo

O presidente de Cuba, Raúl Castro, advertiu neste domingo, durante a cúpula do G77 e China realizada em Santa Cruz (leste), que "a distância entre o norte e o sul está aumentando" e pediu união para trabalhar por um verdadeiro "desenvolvimento universal".

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Durante a sessão plenária da cúpula, Castro pediu ao organismo multilateral que renove seu "compromisso comum" para "somar esforços e aproximar fileiras" frente à construção de um mundo mais justo".

O líder cubano ofereceu alguns dados que, para ele, ilustram a crítica situação mundial, como o aumento do número de cidadãos pobres nos países da África Subsaaariana, que passou de 190 milhões em 1990 para 414 milhões em 2010 e ressaltou que 45% das crianças que morrem antes dos cinco anos no mundo são vítimas de desnutrição.

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Uma em cada oito pessoas no mundo sofre fome crônica, ressaltou o líder, que mencionou também outros males do mundo atual, como os níveis de dívida externa "sem precedentes" e o agravamento da mudança climática, que o líder atribuiu aos padrões de produção e consumo dos países industrializados.

Raúl citou o irmão Fidel, que defende que existem os recursos para financiar o desenvolvimento, mas falta vontade política dos governos dos países desenvolvidos para conseguir esse objetivo.

Assim, reivindicou uma nova ordem financeira e monetária, além de condições comerciais justas para produtores e importadores.

Só a união fará a maioria prevalecer

Atacou, por isso, a posição dos "guardiões do capitalismo" que permite que os defensores do neoliberalismo tratem de dividir aos países em desenvolvimento desde organismos como a Organização Mundial do Comércio (OMC).

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"Só a união nos permitirá fazer nossa grande maioria prevalecer" para iniciar uma agenda mundial pós-2015 que promova políticas verdadeiramente úteis para alcançar o desenvolvimento universal, advertiu.

O líder cubano, por outro lado, reiterou seu apoio ao regime da Venezuela criticando a política externa americana, que acusou de usar táticas de "guerra não convencional" para desestabilizar o governo desse país.

E arremeteu contra as tentativas de legalização da ingerência e a violação "de forma descarnada" dos princípios do direito internacional.

Bloqueio americano contra cuba

Nesse sentido, denunciou mais uma vez o "bloqueio americano" contra Cuba e a "afronta" que representa a "absurda" inclusão do país caribenho entre os Estados que patrocinam o terrorismo internacional.

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Junto a isso, Castro lançou suas críticas contra o uso do ciberespaço para tentar desestabilizar tanto a ilha como os países que não aceitam a ingerência nem a tutela.

O líder lembrou a solidariedade do G77 que "sempre acompanhou" o regime de Cuba e advogou por um compromisso renovado do bloco nessa luta.

Raúl Castro falou durante a rodada de discursos programados para a sessão plenária da cúpula, que terminará nesta tarde com uma declaração de 240 pontos proposta como uma agenda mundial post 2015 que tome o substituto os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio da ONU.