Havana - O dirigente de Cuba, Raúl Castro, trocou ontem o comando de oito ministérios, removendo dos postos duas das figuras mais proeminentes do regime: Felipe Pérez Roque deixou a Chancelaria e Carlos Lage saiu da secretaria do Conselho de Ministros, onde atuava como espécie de premier há quase duas décadas.
As mudanças em nome de um governo "mais compacto e funcional Raúl acabou também com dois ministérios causaram surpresa ao serem anunciadas em nota lida na tevê, no noticiário do meio-dia, após a previsão do tempo.
Analistas dizem que, dado o hermetismo do governo, é cedo para dissecar o significado global da dança das cadeiras, considerada inédita pela magnitude. Concordam, porém, que ela representa um reforço da linha "raulista no poder, com o afastamento de nomes considerados fiéis ao irmão mais velho convalescente, Fidel Castro.
Pérez Roque será substituído por Bruno Rodríguez, antes vice-ministro de Relações Exteriores. O advogado e jornalista Rodríguez foi embaixador de Cuba na ONU e, assim como o ex-chanceler, entrou na hierarquia do Estado na ilha após passar pelo movimento estudantil. Não tem, porém, a marca fidelista do antecessor, que foi secretário pessoal do ditador nos anos 90.
Carlos Lage foi retirado do posto de secretário do Conselho de Ministros, cargo a que deu relevância desde a crise dos anos 1990, com o colapso da União Soviética. Para o seu lugar, vai o general-de-brigada Amado Ricardo Guerra, por anos auxiliar próximo de Raúl Castro na função de secretário na pasta das Forças Armadas.
O médico Lage se transformou na cara "reformista da economia cubana, comandando mudanças de gestão em empresas consideradas estratégicas e dirigindo a "revolução energética, que livrou a ilha de apagões desde 2006.
O "ex-premier", porém, continua sendo um dos vice-presidentes do Conselho de Estado, o colegiado que corresponde ao Executivo em Cuba, presidido por Raúl. Segue, assim, na linha sucessória ele já foi citado como um dos futuros líderes numa Cuba pós-Castros.
"O que se pode dizer é que tantas mudanças simultâneas é algo inédito. Parece planejado longamente, diz Rosendo Díaz, ex-professor de Direito da Universidade de Havana e consultor de empresas no Brasil.
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