Rebeldes separatistas no leste da Ucrânia acusaram a Organização para Cooperação e Segurança na Europa (OSCE) de servir aos interesses dos EUA e do governo ucraniano, e ameaçaram proibir a presença dessa entidade, voltada para a segurança e os direitos humanos, no local da queda de um avião da Malásia.
A autoproclamada República Popular de Donetsk disse em um comunicado por e-mail que iria suspender a cooperação com a OSCE, até o momento a principal entidade encarregada da negociação pelo acesso de peritos internacionais ao local da queda do avião.
"Desde o início a OSCE não tem sido uma parte neutra e tem agido de acordo com os interesses da Ucrânia. A OSCE, como se revelou, é uma estrutura totalmente controlada pelos EUA", diz a mensagem. A OSCE ainda não comentou as acusações.
Peritos internacionais, incluindo a OSCE, bem como a polícia australiana e a holandesa, já estavam enfrentando dificuldades para chegar ao local com a finalidade de recolher partes de corpos e investigar a derrubada do avião.
Combates violentos em uma área mais ampla nos arredores impediram ontem os peritos de chegar ao local pelo terceiro dia consecutivo, enquanto o governo ucraniano e os rebeldes pró-Rússia acusam um ao outro pelo bloqueio.
Os separatistas e o governo ucraniano também se acusam mutuamente pela derrubada do avião malaio, o voo MH17, que causou a morte de todas as 298 pessoas a bordo.
Kiev reforçou ontem uma ofensiva para cercar os separatistas e tentar se aproximar do local em que estão os destroços da aeronave.