As armas de cada lado
Forças do regime de Bashar Assad são superiores aos combatentes rebeldes
Oposição
40 mil combatentes pelo Exército Livre da Síria
Armamentos:
Fuzis Kalashnikov (AK-47)
lançadores de granadas movidas a foguete
rifles automáticos
metralhadoras
Há informações de que governos ocidentais têm repassado também armas
antitanque e munição para a oposição
Alguns tanques teriam sido levados por desertores para as forças de oposição, mas seriam em quantidade irrisória diante do poderio do regime
Exército Sírio
400 mil soldados
Armamentos:
4.050 tanques pesados - entre eles os soviéticos T-54, T-55, T-62 e Y-72
500 blindados de reconhecimento
3.800 veículos de infantaria e transporte
2.000 canhões
250 lança-foguetes
54 lança-mísseis
1.700 canhões antiaéreos
O regime Assad tem usado ainda nos confrontos helicópteros de ataque Mi-24
Fonte: governo sírio
As forças rebeldes vão intensificar os ataques na capital síria, anunciou ontem um comandante do Exército Livre da Síria (ELS), numa ofensiva para "libertar Damasco".
A capital síria viveu ontem, pelo terceiro dia, os combates mais intensos desde o início da revolta contra a ditadura de Bashar Assad, dando aos rebeldes ímpeto para antever a batalha final pelo controle de Damasco.
"Não tem volta. A batalha de Damasco é uma prioridade para nós. Começamos a operação para libertar Damasco", disse o coronel Qassem Saadeddine, porta-voz do comando unido do ELS.
A intensificação dos combates na capital, que até agora mantivera-se relativamente imune à violência do resto do país, é mais um sinal de vulnerabilidade do regime, após deserções recentes de membros graduados.
Ativistas e analistas concordam, porém, que a importância é mais simbólica que militar, e que a superioridade numérica e de poder de fogo do Exército torna precipitada qualquer previsão sobre o fim do regime.
"É um marco psicológico, que pode ter o efeito de atrair mais gente para o lado da oposição, mas está longe de ser a batalha final. O regime é muito superior militarmente", disse o especialista em Oriente Médio Fawaz Gerges à Al Jazeera.
Ontem, o ELS enviou mais combatentes rebeldes a Damasco, depois de acusar o regime de usar helicópteros para atacar focos da oposição na periferia da capital.
Intensos combates repetiram-se durante o dia e os rebeldes anunciaram controlar partes do sul da capital, mas disseram ter sido barrados por forças do regime de chegar ao centro de Damasco.
ONU
Marcada para hoje, a reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre a crise deve ser adiada para amanhã ou sexta, segundo o jornal britânico Daily Telegraph.
Uma resolução apoiada pelas potências ocidentais propõe impor sanções à Síria caso o regime não suspenda a ofensiva com artilharia pesadas dentro de dez dias.
ItamaratyGoverno brasileiro diz que mudou a "natureza da violência" na Síria
O governo brasileiro considera que o massacre que matou pelo menos 200 pessoas na aldeia síria de Tremseh registrou uma mudança na "natureza da violência" na Síria.
Primeiro, pela violação do cessar-fogo assumido por meio do plano do enviado da ONU, Kofi Annan. Depois, pela utilização de "armamento pesado contra civis desarmados".
"[A violência] Nunca se havia produzido dessa maneira. Não foi o tom do Brasil que mudou, mas a natureza da violência, que, junto com o momento em que se deu, a torna absolutamente inaceitável", disse ontem o porta-voz do Itamaraty, Tovar Nunes.
Na nota emitida após as mortes, o Itamaraty condenou "veementemente a repressão violenta contra civis desarmados" e instou o governo sírio a interromper ações militares desse tipo.
Ao contrário de manifestações anteriores, dessa vez o governo brasileiro não mencionou a responsabilidade de cessar a violência de "ambos os lados".
O Brasil ainda mantém sua embaixada funcionando em Damasco, mas não descarta a retirada do pessoal se a situação se agravar na capital, como foi feito na Líbia em 2011.
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