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Crise na Ucrânia

Rebeldes anunciam vitória em referendo

Membros da comissão eleitoral de Donetsk contam os votos do referendo realizado ontem na região: independência | Maxim Zmeyev/Reuters
Membros da comissão eleitoral de Donetsk contam os votos do referendo realizado ontem na região: independência (Foto: Maxim Zmeyev/Reuters)
Apuração foi rápida |

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Apuração foi rápida

Rebeldes pró-Rússia expressaram confiança que o leste da Ucrânia tenha decidido pelo autogoverno em referendo realizado ontem, com alguns dizendo que a votação representa a independência e outros afirmando que ela abre caminho para uma união com a Rússia.

Em algumas cidades de Donetsk e Lugansk, a apuração dos votos do referendo foi realizada ontem mesmo, e, de acordo com dados preliminares, "só 5% dos votos foram contra a independência" da Ucrânia.

A informação foi dada por Alexei Chmilienko, líder pró-russo de Lugansk, uma das duas regiões do sudeste da Ucrânia que realizaram ontem a consulta popular.

Em Donetsk, a maciça maioria dos eleitores (89,7%) que votaram ontem no referendo se pronunciou a favor da independência em relação à Ucrânia, informou o chefe da comissão eleitoral dos pró-russos da região, Roman Liaguin.

Em entrevista coletiva, Liaguin informou que 10,9% votaram contra e 0,74%, nulo. "A apuração foi surpreendente: muito pouca gente votou ‘não’ e também houve pouco votos nulos, o que nos permitiu fazer tudo muito rápido", indicou Liaguin. A ata oficial com os resultados do referendo será apresentada hoje.

Segundo o chefe da comissão eleitoral da "República Popular de Donetsk", a participação na consulta, declarada ilegal pelo governo de Kiev, foi de 75% dos eleitores, ou pouco mais de 3,1 milhões de cidadãos.

Os locais de votação abriram às 8 horas (2 horas de Brasília). A votação terminou por volta das 10 horas (16 horas em Brasília).

Implicações

A atmosfera quase festiva em locais de votação em algumas áreas escondia a possível gravidade das implicações do referendo. Em outros locais, houve confrontos entre separatistas e militares e disputas sobre as cédulas de votação e pelo controle de uma torre de tevê.

Na cidade portuária de Mariupol, no sudeste, onde houve cenas de violência na semana passada, havia apenas oito postos de votação para uma população de meio milhão. As filas se formaram ao longo de centenas de metros, sob um dia de sol e clima de animação.

Em outros pontos, houve violência. Um homem morreu em um confronto na cidade de Krasnoarmeisk, no leste, de acordo com a agência de notícias Interfax-Ucrânia.

Líderes ocidentais, confrontados com uma assertividade russa não vista desde a Guerra Fria, ameaçaram impor mais sanções nas áreas-chave de energia, serviços financeiros e engenharia se Moscou continuar com o que eles consideram ser esforços para desestabilizar a Ucrânia.

A União Europeia declarou o referendo ilegal ontem e pode anunciar algumas medidas modestas hoje, limitada pela relutância do bloco em abalar as relações comerciais com a Rússia.

Moscou nega qualquer papel nos combates na Ucrânia ou ter ambição de absorver a região leste ucraniana, que tem maioria da população de língua russa, após ter anexado a península da Crimeia depois de um referendo em março.

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