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Rebeldes na Líbia se preparam para novos ataques hoje, ao mesmo tempo em que investidas aéreas eram realizadas perto de Ajdabiya uma importante cidade que eles prometem defender contra as forças oficiais que tentam avançar até a capital da oposição, Benghazi.

O general Abdel Fatah Yunis, que se demitiu do posto de ministro do Interior do governante Muamar Kadafi pouco após o início da rebelião, no meio de fevereiro, afirmou a repórteres em Benghazi que Ajdabiya, 170 quilômetros a oeste, é "uma cidade vital". "Está na rota para o leste, para Benghazi e Tobruk e também para o sul. A defesa de Ajdabiya é muito importante. Nós vamos defendê-la", afirmou ontem ele.

Rebeldes informaram que quatro ataques aéreos foram realizados por forças do governo na manhã de hoje, seis quilômetros a oeste de Ajdabiya, sem matar ninguém. Os rebeldes, que têm sido forçados a recuar em razão do avanço das forças de Kadafi nos últimos dias, disseram saber das dificuldades de se enfrentar as tropas oficiais, que possuem artilharia pesada e sobretudo poder aéreo. Um porta-voz do Exército líbio, coronel Milad Hussein, disse a repórteres em Trípoli que suas forças estavam "marchando para limpar o país" dos insurgentes, qualificados por ele como "ratos e terroristas".

Há uma rodovia que vai de Ajdabiya até Benghazi pelo norte, ao longo da costa. Benghazi é a segunda maior cidade do país, com uma população de um milhão de pessoas. Outra rodovia leva de Benghazi até a cidade portuária de Tobruk, que até o momento deu aos rebeldes total controle até a fronteira egípcia. A rota é vital para o tráfego de suprimentos do exterior.

Yunis disse que a retirada dos rebeldes foi "tática". "Nós sentimos que ele (Kadafi) terá sérios problemas logísticos e sérias dificuldades para suprir suas tropas, porque eles estão avançando todo o tempo", afirmou. Entre os rebeldes, porém, apenas os desertores do Exército têm experiência militar, há poucas armas e muita vulnerabilidade a ataques aéreos.

Divisão

A ofensiva por via aérea levou a pedidos por uma zona de exclusão aérea imposta internacionalmente no país. O Conselho de Segurança das Nações Unidas, porém, está dividido em torno do assunto. Entre os membros permanentes e com poder de veto, a China é contrária, o Reino Unido e a França são a favor, enquanto os Estados Unidos e a Rússia não têm posição definida.

A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, seguiu hoje para a Europa e o Oriente Médio, para conversas sobre a crise na Líbia. Ela se encontrará em Paris com Mahmoud Jibril, do conselho nacional da oposição estabelecido pelos rebeldes. A Liga Árabe afirmou no sábado apoiar a ideia de uma zona de exclusão aérea na Líbia. Hillary disse anteriormente que um plano nesse sentido pode ser apresentado à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) amanhã.

Conforme as forças de Kadafi avançam, o clima em Benghazi mudou da euforia dos primeiros dias, há um mês, para outro de apreensão e medo. Os rebeldes também capturaram pequenas cidades no oeste da Líbia, além da terceira maior do país, Misurata, cidade portuária entre Trípoli e Sirta. A televisão estatal afirmou hoje que os soldados líbios que desertaram serão perdoados, caso se rendam às forças oficiais.

Ainda nesta segunda-feira, o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, reiterou sua oposição a uma intervenção da Otan na Líbia. Segundo ele, uma ação desse tipo teria consequências perigosas. As informações são da Dow Jones.

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