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Rebeldes avançam na Costa do Marfim e ONU ataca forças de Gbagbo

Soldados leais a Laurent Gbagbo patrulham ruas de Abidjan. Combatentes que apoiam o político Alassane Ouattara avançaram na segunda-feira na principal cidade do país | Reuters
Soldados leais a Laurent Gbagbo patrulham ruas de Abidjan. Combatentes que apoiam o político Alassane Ouattara avançaram na segunda-feira na principal cidade do país (Foto: Reuters)

Os combatentes que apoiam o político Alassane Ouattara, que reivindica a Presidência da Costa do Marfim, avançaram na segunda-feira na principal cidade do país, Abidjan, numa investida que definiram como "o assalto final" para remover do poder o presidente Laurent Gbagbo, que se recusa a admitir a derrota na eleição de novembro.

Explosões e disparos de armas eram ouvidos nas imediações do Palácio Presidencial, da emissora estatal de TV RTI e em uma das duas pontes que conectam uma parte da cidade ao aeroporto, disseram testemunhas à Reuters.

Helicópteros de ataque da França e da Organização das Nações Unidas (ONU) também dispararam mísseis contra bases militares leais a Gbagbo, provocando enormes explosões que abalaram residências próximas e estilhaçaram vidros, segundo testemunhas.

A França informou que suas tropas estão apoiando a força de paz da ONU, a pedido da organização, e por isso estão atacando depósitos de armas pesadas e veículos blindados equipados com armas pesadas e lançadores de foguetes sob controle de Gbagbo.

Vários milhares de combatentes pró-Ouattara entraram em Abidjan, vindos do norte em um comboio de veículos de transporte, caminhonetes com metralhadoras pesadas e utilitários com homens portando fuzis Kalashnikovs e lançadores de foguetes.

Seu comandante, Issiaka "Wattao" Ouattara, disse à Reuters que dispunha de 4 mil homens e mais um contingente de 5 mil já alocados em Abidjan. Ao ser indagado sobre quanto tempo precisaria para tomar Abidjan, Wattao respondeu: "Veremos quando começar, mas levará 48 horas para limpar adequadamente (a cidade)."

Eleição disputada

Gbagbo se recusou a ceder o poder depois da eleição de novembro, cujos resultados, apontando a vitória de Ouattara, foram endossados pela ONU.

Ele rejeitou a derrota e acusou a ONU de ser tendenciosa. O impasse levou à retomada da guerra civil na qual o país mergulhou em 2003 e 2003.

Depois de rapidamente tomar o controle da maior parte do país, as forças pró-Ouattara encontraram feroz resistência em Abidjan, principal centro comercial marfinense, onde as tropas de Gbagbo mantêm posições ao redor do palácio presidencial, da casa de Gbagbo e da TV estatal.

Passados vários dias de combate em Abidjan, moradores nervosos que se mantinham isolados em suas casas arriscaram sair pela manhã para comprar água e comida.

Horas depois, forças pró-Ouattara asseguraram o controle de uma faixa de 5 quilômetros de rodovia ao sul de seu ponto de entrada em Abidjan, em direção a um bairro pró-Gbagbo.

A França, a antiga potência colonial na Costa do Marfim, tem cerca de 12 mil cidadãos no país. Sua unidade militar, integrada por 1.500 homens, está montando patrulha em áreas de Abidjan e assumiu o controle do aeroporto.

Na segunda-feira, o gabinete do presidente francês, Nicolas Sarkozy, disse que a França vai se unir ao contingente da ONU no esforço para neutralizar as armas pesas pertencentes às tropas leais a Gbagbo.

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