Um grupo linha-dura islamita cercou, nesta terça-feira (27), a sede do Parlamento da Somália e afirmou que vai impor a Sharia (lei islâmica) na cidade. Considerado terrorista pelos Estados Unidos, Al-Shabab tomou a cidade de Baidoa na segunda-feira, um dia após tropas da Etiópia deixarem o país. Os soldados do país vizinho estavam há dois anos em território somali, apoiando o fraco governo local.
"Nós estabeleceremos uma administração islâmica e pedimos aos moradores que permaneçam calmos", disse o xeque Muktar Robow, porta-voz do grupo. O Parlamento está nesta semana reunido no vizinho Djibuti para eleger um novo presidente. Aparentemente não será possível a volta dos parlamentares a Baidoa, que fica a 250 quilômetros a sudoeste da capital da Somália.
Houve um breve confronto entre os islamitas e as milícias que apoiam o governo, que logo fugiram, segundo testemunhas. Uma enfermeira no principal hospital da cidade disse que duas pessoas se feriram. A União Africana tem menos de 3 mil soldados no país, mesmo com autorização para a presença de 8 mil. "Não é com três batalhões que podemos cobrir toda a Somália", disse o diretor da comissão da União Africana Jean Ping, em Adis-Abeba, Etiópia.
A árida e empobrecida nação do Chifre da África não tem um governo que controle de fato o país desde 1991, quando senhores de guerra derrubaram o governo do ditador Mohamed Siad Barre. Piratas atuam na costa do país e analistas temem que o Estado falido sirva de base para terroristas internacionais.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura
Deixe sua opinião