Rebeldes mataram 17 soldados num ataque contra uma patrulha do Exército colombiano, num dos piores golpes do ano para o governo na luta para controlar o país.
A emboscada, na noite de quinta-feira, ocorreu na Província Norte de Santander, perto da fronteira com a Venezuela, e foi executada por rebeldes das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), com fuzis e morteiros improvisados.
O Exército disse que foram enviados mais soldados para a região para tentar reconquistar o controle. ``A operação continua'', disse um porta-voz do Exército à rádio local.
A emboscada aconteceu um mês depois de as Farc terem matado 16 oficiais num ataque contra um comando da polícia na província de Córdoba.
Tanto Córdoba quanto Norte de Santander abrigavam grandes números de milícias de ultradireita, formadas nos anos 1980 para ajudar os proprietários de terra a se defenderem dos rebeldes. As Farc foram criadas há 42 anos e usam o narcotráfico para financiar suas operações, que pretendem estabelecer um Estado socialista na Colômbia.
Os paramilitares de direita, embora criados com o objetivo de auto-defesa, foram responsáveis por algumas das piores atrocidades do conflito de guerrilha do país, e também se associaram ao tráfico. A maioria de seus combatentes entregou as armas devido a um acordo de paz com o governo.
``Assim que os paramilitares deixaram essas áreas estratégicas, as Farc entraram e agora estão enfrentando tanto o Exército quanto os paramilitares remanescentes que não quiseram se desmobilizar'', disse Pablo Casas, do centro de estudos Segurança e Democracia, de Bogotá.
``É de alta prioridade para o governo assumir o controle dessas áreas, não só em termos militares, mas em termos de governança normal'', disse ele.
As ofensivas das Farc acabaram com as esperanças de que o presidente Alvaro Uribe possa negociar uma troca de presos -- rebeldes detidos por reféns mantidos há anos pela guerrilha, como a ex-candidata à Presidência Ingrid Betancour.
A Colômbia já recebeu bilhões de dólares dos Estados Unidos para combater as guerrilhas e desmobilizar os paramilitares, que se infiltraram no Congresso e em outras instituições do país.
Três membros da coalizão congressista de Uribe foram presos por ter apoiado os ``paras'', e mais parlamentares estão sendo investigados por possíveis ligações com as milícias.