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Rebeldes confiscam provas do acidente

Mulher homenageia mortos do voo MH17 da Malaysia Airlines lem Kiev | EFE / Roman Pilipey
Mulher homenageia mortos do voo MH17 da Malaysia Airlines lem Kiev (Foto: EFE / Roman Pilipey)

O porta-voz do governo ucraniano informou no sábado que separatistas pró-Rússia estão restringindo o movimento das equipes de resgate no local da queda do voo MH17 da Malaysia Airlines e também confiscando evidências do acidente.

Participantes dos trabalhos de busca resgataram até agora 186 corpos de uma área de 25 metros quadrados no leste da Ucrânia, atualmente controlada pelos rebeldes. O governo ucraniano montou em Kharkiv um centro de gestão da crise e os separatistas fizeram o mesmo em Mariupol, uma das cidades ao leste do país que estão sob seu domínio.

Ainda não está claro se os corpos foram recolhidos ou recuperados, disse Andriy Lysenko, porta-voz do Conselho de Defesa e Segurança Nacional. "Há trabalhadores do serviço federal de emergências no local, mas eles não têm liberdade de movimento. Eles não são autorizados a deixar a zona (sob o controle dos rebeldes). Os terroristas estão pegando todas as evidências que eles coletam", contou Lysenko.

Líderes de várias partes do mundo, incluindo o presidente norte-americano Barack Obama, pediram transparência na investigação.

Investigadores buscam evidências para determinar o que aconteceu e a localização das caixas-pretas que armazenam a informação do voo e as gravações da conversa entre o piloto e o co-piloto.

Nacionalidade

Na manhã de sábado a companhia comunicou as nacionalidades dos 298 passageiros. A maioria deles, 192, eram holandeses, sendo que um também tinha nacionalidade americana. A bordo da aeronave também estavam 44 malaios – incluídos os 15 membros da tripulação e dois bebês –, 27 australianos, 12 indonésios (entre eles um bebê), dez britânicos (um deles com dupla nacionalidade sul-africana), quatro alemães, quatro belgas, três filipinos, um canadense e um neozelandês.

Ucrânia tem relevância no tráfego aéreo global

A Ucrânia pode ser um mercado de aviação pequeno para as companhias aéreas globais, mas o espaço aéreo do país é desproporcionalmente valioso como uma via de tráfego estratégica que liga alguns dos destinos mais importantes do mundo. O voo MH17 da Malaysia Airlines – que autoridades dos EUA afirmam ter sido derrubado na quinta-feira por um míssil terra-ar, matando as 298 pessoas que estavam a bordo – era apenas um dos muitos que atravessam os céus da Ucrânia.

O espaço aéreo ucraniano fica no caminho entre grandes mercados como a Escandinávia e o norte da Europa, por um lado, e se estende até pontos centrais do Oriente Médio, como Dubai, nos Emirados Árabes, e Doha, no Catar, por outro. Desses pontos no Golfo Pérsico, as companhias aéreas estão cada vez mais transportando passageiros para a Europa.

A Ucrânia também é uma rota popular para voos diretos da Europa para a Ásia, como o trajeto do MH17 da Malaysia Airlines, que estava indo de Amsterdã para Kuala Lumpur. Na sexta-feira, órgãos reguladores ucranianos afirmaram que fechariam temporariamente mais espaços aéreos ao tráfego comercial, citando operações de segurança em terra. Enquanto isso, algumas companhias asiáticas informaram que iriam voluntariamente evitar o leste da Ucrânia, onde o avião caiu. Nas últimas semanas, algumas outras empresas áreas já tinham começado a evitar a área, embora muitas continuassem voando normalmente na quinta-feira.

Cerca de 350 voos comerciais, dos quais 150 são voos internacionais que viajam do Oeste para Leste, atravessam a parte oriental da Ucrânia todos os dias, de acordo com Brian Flynn, gerente da Eurocontrol, organização de controle de tráfego aéreo pan-europeia. Em meio aos combates na região, a Ucrânia restringiu o espaço aéreo a voos acima de 32 mil pés (9.700 metros) em 14 de julho.

A Ucrânia e as companhias aéreas recebem retornos financeiros por manterem essas rotas abertas. Empresas estrangeiras pagam tarifas aos governos de países por onde passam, mesmo quando não pousam ali. Para as companhias, evitar a área significa que elas teriam rotas mais longas. Embora isso com frequência não signifique ampliar em muitas milhas a viagem, pode significar maiores custos com combustíveis, além de margens de lucro menores.

"A Ucrânia é uma das rotas mais viajadas regularmente entre a Europa e partes da Ásia e do Oriente Médio, porque é um caminho reto em condições de vento normais", afirmou John Strickland, diretor da JLS Consulting. A Qantas Airways, que parou de voar sobre a Ucrânia alguns meses atrás, teve de traçar uma rota 400 milhas náuticas mais ao sul da rota de Dubai a Londres.

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