Os rebeldes iemenitas huthis afirmaram nesta segunda-feira (4) que o ex-presidente Ali Abdallah Saleh, com o qual estavam em conflito, foi morto durante os combates na capital Sanaa. A casa do ex-presidente foi atacada pelos rebeldes nesta segunda.
"O Ministério do Interior [controlado pelos rebeldes] anuncia o fim da milícia da traição e a morte de seu líder (Ali Abdallah Saleh) e de alguns de seus elementos criminosos", afirmou a televisão dos huthis, Al-Massirah, citando um comunicado das autoridades rebeldes.
A Al-Arabiya, canal ligado ao governo saudita, também confirmou a morte do ex-líder de 75 anos. Oficialmente, nem seu partido, o Congresso Geral do Povo, nem sua família comentaram o assunto.
Fotos e vídeos, aparentemente feitos por rebeldes, circulavam nas redes sociais antes do anúncio, mostrando um corpo que parece ser do ex-presidente, com um corte profundo atrás da cabeça. Um vídeo mostra ele sendo carregado em um cobertor florido, o rosto imóvel e a camisa ensanguentada.
Um fotógrafo da agência de notícias AFP conseguiu se aproximar da residência do ex-presidente em Hadda, distrito ao sul da capital, mas não conseguiu entrar. Ele constatou que a residência foi muito danificada pelos combates.
Ameaça
Ali Abdallah Saleh presidiu o Iêmen por 33 anos antes de ceder o poder em 2012 para Abd-Rabbu Mansour Hadi sob pressão das ruas em um reflexo da Primavera Árabe.
Em 2014, ele se aliou aos rebeldes houthis, que são xiitas e têm apoio do Irã, para assumir o controle de Sanaa.
Nos últimos dias, porém, Saleh mudou de lado novamente, fez gestos de reaproximação com o governo da Arábia Saudita, de maioria sunita, e anunciou o rompimento da aliança com os rebeldes, que o ameaçaram de morte.
A crise entre Saleh e os huthis pelo controle das finanças e o poder, agravada por suspeitas de contatos secretos entre o ex-presidente e Riad, piorou a situação na capital iemenita, que eles controlavam juntos há mais de três anos.
Os combates entre esses ex-aliados deixaram pelo menos 125 mortos e 238 feridos nos dois lados desde a quarta-feira (29), de acordo com a Cruz Vermelha.
Segundo Jamie McGoldrick, coordenador da missão humanitária da ONU no país, a capital Sanaa virou um cenário de guerra nos últimos dias. A Arábia Saudita, que é aliada do presidente Hadi, faz ataques aéreos contra os rebeldes houthis.
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