Rebeldes sírios explodiram ontem o hotel Carlton na cidade de Aleppo, no norte do país. A informação foi confirmada pela tevê estatal e pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos. O edifício histórico, de 150 anos, estaria sendo usado como base pelo Exército da Síria. A construção foi destruída, e houve também danos a edificações próximas.
Os explosivos foram detonados em um túnel abaixo do hotel, localizado em local próximo à cidadela antiga de Aleppo, um importante centro urbano da Síria. De acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, os rebeldes responsáveis pelo ataque fazem parte da Frente Islâmica. A insurgência síria está, atualmente, dividida entre grupos seculares e facções islamitas.
A Frente Islâmica divulgou vídeos da explosão. De acordo com a rede de tevê Al Jazeera, um homem que se identifica como Abu Issa caminha por um túnel "cavado pelos heróis da Frente Islâmica [grupo rebelde]". "Estamos finalizando os últimos detalhes, para termos 100% de certeza de que estamos sob o hotel Carlton", afirma Issa. Ao fim, vê-se a explosão.
Apesar de ativistas terem dito que houve mortos na explosão, ainda não há informações oficiais. Por meio do Twitter, a Frente Islâmica afirmou que são "pelo menos 50 militares [mortos]".
O conflito civil na Síria foi iniciado em março de 2011, com manifestações pacíficas. A repressão do regime e a radicalização dos grupos rebeldes deu início a um violento confronto em que mais de 150 mil pessoas foram mortas.
Retirada
Na cidade de Homs, tida como bastião rebelde até pouco tempo atrás, continua hoje a retirada de rebeldes iniciada ontem, graças a um acordo negociado com a ONU nos últimos dois meses.
Cerca de 80% dos rebeldes já saíram, informou o governador da província, Talal al-Barazi. "Pelo menos 980 pessoas, em sua grande maioria rebeldes e alguns civis, incluindo mulheres e crianças, saíram na quarta-feira em 24 ônibus", disse. "Ainda restam entre 300 e 400 pessoas na área antiga da cidade."
Conhecida como a "capital da revolução", Homs foi a cidade do início da luta armada contra o regime do ditador sírio, Bashar al-Assad. Terminada a retirada, Homs terá a presença de rebeldes apenas no bairro de Waer.