Os rebeldes houthis do Iêmen reivindicaram nesta segunda-feira (18) ataques contra dois navios vinculados a Israel que navegavam perto do Estreito de Bab al Mandeb, que liga o Mar Vermelho ao Golfo de Aden.
Por meio de um comunicado, o porta-voz militar dos houthis, Yahya Sarea, assumiu a responsabilidade por “uma operação militar de qualidade contra dois navios vinculados à entidade sionista”, especificamente contra o navio Swan Atlantic, carregado de petróleo e com bandeira das Ilhas Cayman, e contra o MSC Clara, com bandeira do Panamá e que transportava contêineres. Ambos os navios foram atacados por dois hidroaviões, detalhou Sarea.
Segundo o militar, o ataque aos dois navios ocorreu depois das tripulações se recusarem a "responder aos apelos das forças navais dos insurgentes" que, segundo a nota, “não hesitarão em atacar qualquer navio que se dirija a portos israelenses do outro lado do estreito".
Da mesma forma, afirmou que os rebeldes continuarão impedindo que todos os navios que se dirijam aos portos israelenses de qualquer nacionalidade naveguem no Mar Vermelho e no Mar Arábico até que tragam os alimentos e medicamentos que "os nossos fiéis irmãos na Faixa de Gaza precisam”, acrescentou o porta-voz.
Por outro lado, Sarea disse que garantiria a segurança de todos os navios que se dirigem a todos os portos do mundo, com exceção dos portos israelenses, e afirmou que "nenhum mal lhes acontecerá".
Ele reiterou que as ações são “em apoio ao povo palestino e contra a injustiça, uma vez que estão atualmente sujeitos a assassinatos, destruição e a um cerco na Faixa de Gaza".
A empresa proprietária do navio-tanque Swan Atlantic, a norueguesa Inventor Chemical Tankers, informou hoje que o navio foi atacado durante sua passagem pelo Mar Vermelho. "O navio foi atingido por um objeto. Entramos em contato com todos que precisavam ser contatados. Até o momento não temos informações sobre danos", disse o diretor-geral Oystein Elgan ao portal norueguês E24.
“Não há ninguém ferido a bordo”, acrescentou, detalhando que no navio-tanque estão 22 tripulantes e três seguranças.
Egan também confirmou que o navio USS Carney da Marinha dos Estados Unidos respondeu ao pedido de socorro do Swan Atlantic.
Desde a sexta-feira passada, os principais grupos de transporte marítimo anunciaram que estão suspendendo as suas operações no Mar Vermelho, entre eles o Maersk e o Hapag-Lloyd.
Nesta segunda (18), a petrolífera BP informou que também decidiu suspender temporariamente a passagem dos seus navios pelo Mar Vermelho.
Os houthis lançaram várias rajadas de mísseis e drones contra o sul de Israel nos últimos dois meses, e também contra navios com bandeira do Estado judeu ou pertencentes a empresas israelenses no Mar Vermelho e no Estreito de Bab al Mandeb.
A última sexta-feira foi o dia mais intenso de ataques contra a navegação marítima internacional nessa região, depois de pelo menos três navios terem sido alvos de milícias, dois deles reivindicados pelos houthis.
Novo visita dos EUA a Israel
O secretário da Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, se reuniu nesta segunda-feira (18) com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, após sua chegada ao país para abordar o desenvolvimento da guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza.
Austin se reuniu ainda na cidade israelense de Tel Aviv com o ministro de Defesa de Israel, Yoav Gallant, e altos comandantes militares israelenses, acompanhados pelo chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA, general Charles Brown.
Ele também planeja realizar uma reunião com o gabinete de guerra do primeiro-ministro para discutir a ofensiva militar israelense contra o grupo islâmico Hamas no enclave palestino.
Sua visita ocorre depois que o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, viajou a Israel na semana passada, em um momento em que Israel e Estados Unidos, seu principal aliado, mostraram suas diferenças sobre a ofensiva que já dura mais de dois meses.
Sullivan levantou então a conveniência de passar de uma fase de “alta intensidade” na intervenção militar para outra com ataques precisos aos líderes do Hamas, com operações de inteligência que evitem sofrimento para a população de Gaza.
Netanyahu afirmou no último sábado (16) que Israel assumirá o “controle de segurança” de Gaza quando a guerra terminar e o Hamas for eliminado, rejeitando que seja a Autoridade Nacional Palestina – que governa pequenas partes da Cisjordânia – que assuma esse papel, como sugerido pelos Estados Unidos. (Com Agência EFE)