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WikiLeaks pede segredos da ditadura
Ante o avanço das forças rebeldes apoiadas Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) sobre Trípoli, o WikiLeaks, site dedicado ao vazamento de informações secretas, pediu ontem ao líder líbio Muamar Kadafi a doação de todos os seus arquivos contendo segredos de estado.
"Se Kadafi quer realmente cair lutando, deveria doar todos os seus segredos de estado ao WikiLeaks", conclamou o grupo por intermédio de seu perfil no microblog Twitter. A mensagem contém um link para a página de apoio às operações do site.
Em uma série de mensagens, o WikiLeaks salienta que, "com Trípoli prestes a cair, os serviços secretos vão se apressar em saquear os arquivos secretos líbios" a fim de atender a seus próprios propósitos.
Agência Estado
Rebeldes líbios chegaram a Trípoli, sendo recebidos com celebrações em algumas regiões do oeste da cidade. Por volta das 22h30 de ontem, no horário do Brasil, os insurgentes anunciaram a tomada da capital líbia, com exceção do complexo do ditador Muamar Kadafi.
A informação foi dada pela rede de tevê Al Jazeera, citando uma fonte ligada aos rebeldes. Estes afirmam que o governo de Kadafi chegou ao fim. A expectativa é que o ditador caia nos próximos dias.
Antes, porém, os insurgentes se confrontaram com forças leais ao ditador, com vários tiroteios, ainda segundo a Al Jazeera.
Paralelamente, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) bombardeou o aeroporto de Maitika e também o complexo onde Kadafi pode estar escondido.
O porta-voz do regime líbio Mussa Ibrahim afirmou ontem que 1,3 mil pessoas foram mortas nas últimas 24 horas em Trípoli, classificando os combates de "verdadeira tragédia".
Para Ibrahim, "o regime permanece forte e milhares de voluntários e soldados estão preparados para lutar".
Os tiroteios começaram no sábado à noite em Trípoli, em uma revolta coordenada que as células rebeldes vinham preparando secretamente há meses.
Momentos depois, clérigos muçulmanos, usando os alto-falantes das mesquitas chamaram o povo para as ruas.
Decisão
Os combates dentro de Trípoli, combinados com os avanços dos rebeldes em direção à periferia da cidade, parecem sinalizar que essa é a fase decisiva de um conflito que já dura seis meses e se transformou no mais sangrento episódio da Primavera Árabe, envolvendo a Otan.
"As chances de uma saída segura para Kadafi diminuem a cada hora", disse Ashour Shamis, um ativista da oposição da Líbia e editor baseado no Reino Unido.
Mas a queda de Kadafi, depois de 41 anos no poder, não é dada como certa. Suas forças de segurança não cederam e a cidade é bem maior do que qualquer coisa que os rebeldes, em sua maioria amadores com armas velhas e uniformes improvisados, tiveram de enfrentar.
Rivalidades
Se o líder líbio for forçado a sair do poder, haverá dúvidas quanto à capacidade da oposição de restabelecer a estabilidade no país exportador de petróleo. O comando das forças rebeldes tem sido abalado por disputas e rivalidades.
Os rebeldes disseram depois de uma noite de intensos combates que controlavam um punhado de bairros na cidade. A capacidade de manter esse controle dependerá da velocidade com que os outros rebeldes conseguirão chegar a Trípoli.
Em duas mensagens de áudio divulgadas pela tevê estatal da Líbia, Kadafi pediu aos cidadãos de Trípoli que peguem em armas e defendam a capital. "Aqueles que tiverem medo podem dar suas armas às suas mães ou irmãs", disse.
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