A Ucrânia acusou forças russas nesta sexta-feira (3) de terem ajudado separatistas a aumentarem a pressão sobre tropas do governo que controlam o principal aeroporto na cidade de Donetsk, no leste do país, pondo em risco um frágil cessar-fogo.
O porta-voz militar Andriy Lysenko disse que forças ucranianas repeliram diversos ataques separatistas contra o aeroporto nas últimas 24 horas, mas que uma "luta sem fim" continuava e quantidade "signficativa de blindados, artilharia pesada e tropas" tinha sido levada para a área.
"Os russos enviaram toda uma unidade de drones para o aeroporto, manobrados por especialistas russos, a fim de realizar reconhecimento e orientar o fogo de artilharia", disse a jornalistas.
Nos últimos dias aumentaram os disparos de artilharia e por morteiros entre separatistas e tropas do governo em Donetsk, cidade controlada por rebeldes e principal centro industrial do leste, após uma semana tranquila.
Um trabalhador da Cruz Vermelha foi morto na quinta-feira à noite por uma granada de morteiro que caiu perto do escritório da organização na cidade.
Sete soldados ucranianos morreram em um único ataque de tanque contra um veículo de transporte de soldados, e pelo menos 10 pessoas morreram quando os explosivos caíram em um parquinho escolar em Donetsk na quarta-feira.
Cada lado tem culpado o outro pelos ataques. Forças do governo disseram estar observando o cessar fogo e retornando fogo apenas quanto são atacadas.
O ministro ucraniano das Relações Exteriores, Pavel Klimkin, disse que os separatistas foram os responsáveis pela morte do trabalhador da Cruz Vermelha, Laurent DuPasquier, mas o Ministério de Relações Exteriores russo afirmou em um comunicado nesta sexta-feira que o projétil de morteiro que o matou veio do lado do território controlado por forças ucranianas.
Dois soldados ucranianos foram mortos e 9 ficaram feridos nas últimas 24 horas, disse Lysenko.
Segundo ele, forças do governo ainda mantêm o controle do aeroporto, um ponto estratégico com pistas modernas e capaz de receber grandes aviões de transporte. A defesa do local foi fortalecida.
Lysenko também disse que no sul da Ucrânia, na costa do Mar de Azov, a inteligência ucraniana constatou que mais um blindado russo e um unidade russa de reconhecimento se movimentaram para perto da cidade de Mariupol.
A cidade, que é defendida por forças do governo de Kiev, é de importância estratégica e sua perda poderia ajudar a abrir uma rota para levar forças apoiadas pela Rússia para a península da Crimeia, que foi anexada pela Rússia em março.
O porta-voz disse que, apesar do cessar-fogo há quase um mês, os separatistas ainda não estão respeitando a trégua.
"Já que o lado atacante não cessou fogo, o lado ucraniano não está baixando suas armas e está continuando a defender suas posições. Mas o Exército ucraniano não está conduzindo ataques e manobras ofensivas", disse ele.
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