O grupo de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch acusou nesta quarta-feira (2) o governo sírio de ter cometido crimes de guerra enquanto mantinha conversações com a ONU para um acordo de cessar-fogo, e rebeldes sírios mataram 15 membros das forças de segurança em uma emboscada na província de Aleppo, segundo um grupo que monitora o conflito na Síria.
O grupo Observatório Sírio para os Direitos Humanos, com sede na Grã-Bretanha e que nos últimos 14 meses vem monitorando o levante contra o presidente Bashar al-Assad, afirmou que dois rebeldes morreram em confrontos que se seguiram à emboscada contra as forças sírias na província de Aleppo, no norte do país, nesta quarta.
A mídia estatal síria não divulgou informações sobre o ataque, o último de uma série de pesadas baixas infligidas às forças pró-Assad na última semana por algumas das milícias que tentam depor o governo.
O governo sírio vem impedindo a maioria da mídia independente de entrar no país ou restringe seu movimento, o que dificulta a checagem da veracidade dos fatos relatados por ambos os lados.
De acordo com o Human Rights Watch, forças do governo da Síria mataram pelo menos 95 civis e destruíram centenas de casas em uma ofensiva de duas semanas na província de Idlib, norte do país, durante as negociações de cessar-fogo.
O grupo de defesa baseado em Nova York afirmou que os crimes de guerra foram cometidos durante a ofensiva contra redutos da oposição em março e abril, enquanto o enviado de paz internacional da ONU, Kofi Annan, tentava acabar com o conflito na Síria, que já dura mais de um ano.
"Em nove incidentes separados documentados pela HRW, as forças do governo executaram 35 civis sob sua custódia. A maioria das execuções teve lugar durante o ataque a Taftanaz, uma cidade com cerca de 15.000 habitantes a nordeste de Idlib, em 3 e 4 de abril", disse o grupo em um relatório.
Investigadores do HRW observaram marcas de balas na parede que formavam uma linha de 50 a 60 centímetro acima do chão, acrescentou o relatório, aproximadamente a altura de uma pessoa ajoelhada.
"Enquanto diplomatas discutiam sobre detalhes do plano de paz de Annan, tanques sírios e helicópteros atacaram uma cidade após a outra em Idlib ", relatou a diretora associada do programa e emergências da HRW, Anna Neistat, em um comunicado que acompanha o relatório com base em uma investigação de campo em Idlib, realizada no final de abril.
"Onde quer que fôssemos, nós vimos casas, lojas e carros queimados e destruídos, e ouvimos de pessoas cujos parentes foram mortos. Era como se as forças do governo sírio usassem todos os minutos antes do cessar-fogo para causar danos ", disse ela.
O governo sírio não se pronunciou sobre o relatório da Human Rights Watch. Ele acusa estrangeiros apoiados por grupos armados de estarem por trás da violência e de matar mais de 2.600 soldados e policiais desde que a revolta contra o presidente Bashar al-Assad começou.
A ONU diz que as forças de Assad já mataram mais de 9.000 pessoas desde o levante iniciado em março de 2011.
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