Rebeldes ligados à Al-Qaeda atacaram o coração da capital da Somália, Mogadíscio, com um caminhão-bomba que matou dezenas de pessoas, no ataque mais violento do grupo desde o início de uma insurgência em 2007.
O coordenador do serviço de ambulâncias de Mogadíscio, Ali Muse, disse que ao menos 70 pessoas morreram na explosão. As primeiras estimativas oficiais eram mais baixas, mas deveriam aumentar, pois os mortos e feridos foram levados a uma série de locais na capital.
Testemunhas afirmaram que o caminhão explodiu no portão de um complexo de edifícios de ministério do governo na área K4 (Quilômetro 4) de Mogadíscio, onde estudantes e pais estavam reunidos para esperar os resultados de um exame para a concessão de bolsas de estudo.
A carcaça retorcida de um caminhão permanecia no chão. Um corpo envolvido em um xale vermelho jazia nas proximidades. As pessoas usavam ferro, tapetes e lençóis brancos para carregar os corpos do local da devastação em um cruzamento normalmente movimentado.
As ambulâncias corriam de um lado para o outro ao lado de árvores queimadas e um carro incendiado. Centenas de pais permaneciam aos prantos diante do Hospital Madina, em Mogadíscio, após terem acesso negado por questões de segurança. As enfermeiras falaram que o hospital estava superlotado.
"Eu estava entre os primeiros a chegar aqui momentos depois da explosão. Olhei em volta e acalmei aqueles que ainda estavam vivos", disse a testemunha Halma Abdi.
A Grã-Bretanha classificou a explosão de "insensível", enquanto a França disse que foi um "ataque terrorista repulsivo" e reiterou seu apoio ao governo de transição do país, que tem o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU).
O enviado especial da ONU à Somália, Augustine Mahiga, disse estar profundamente entristecido pelo ataque covarde e absurdo.
Insurgentes da Al Shabaab, que assumiram a responsabilidade pelo ataque de terça-feira, retiraram a maior parte de seus combatentes de Mogadíscio em agosto, permitindo que tropas do governo e soldados da União Africana tomassem boa parte da capital costeira.
Mas os rebeldes disseram que acabaram de mudar suas táticas e prometeram continuar realizando ataques contra o governo.
Paddy Ankunda, porta-voz da missão da União Africana na Somália (AMISOM), disse que estudantes e soldados do governo estavam entre os mortos. O governo afirmou que nenhuma autoridade ficou ferida no ataque.
Um repórter da Reuters disse ter visto nove corpos no local, que fica em um bairro controlado por forças do governo e da União Africana. Segundo essa testemunha, muitos sobreviventes com queimaduras caminhavam até um hospital próximo, e a polícia estava tentando retirar estudantes retidos nos escombros dos edifícios.
A Al Shabaab já realizou ataques suicidas com efeito devastador no passado contra complexos da União Africana, prédios do governo e numa cerimônia de graduação de médicos.
Um homem-bomba matou três ministros do governo em dezembro de 2009 na formatura dos médicos em Mogadíscio, e um quarto ministro morreu em consequência dos ferimentos dois meses depois. Em junho, uma mulher-bomba matou o ministro do Interior.
A Al Shabaab luta para derrubar o governo de transição apoiado pela ONU, que o grupo considera uma marionete do Ocidente, e quer impor sua própria versão mais rígida da sharia na nação do Chifre da África.
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