Enquanto os resultados oficiais das eleições legislativas realizadas no último domingo na Ucrânia confirmam o triunfo dos partidos europeístas, os separatistas pró-Rússia do sudeste do país se preparam para fazer o próprio pleito no dia 2 de novembro, medida não reconhecida por Kiev.
Mais de 90% dos votos foram apurados na Ucrânia (veja número, abaixo). Os principais políticos ucranianos no poder após a revolta no país, o premiê Arseni Yatseniuk e o presidente Petro Poroshenko, começaram a negociar na segunda-feira passada a criação de uma coalizão parlamentar e de governo que permita antecipar um ambicioso programa de reformas.
A essa coalizão poderiam se juntar Sadovi e a ex-primeira-ministra Yulia Tymoshenko, cujo partido Batkivschina conseguiu 5,7% dos votos.
Enquanto são divulgados os resultados finais e as negociações de coalizão avançam, os líderes das autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk preparam as eleições locais para o domingo que vem, o que já representa um novo motivo de tensão entre Kiev e Moscou, acusada pelas autoridades ucranianas e pelo Ocidente de ajudar os rebeldes com armas e recursos.
O presidente Poroshenko advertiu ontem que essas eleições, ilegais para Kiev, prejudicarão o processo de paz aberto com as regiões rebeldes. "A posição do presidente a respeito das 'pseudoeleições' que os terroristas vão realizar e que nunca serão reconhecidas pelo mundo civilizado, anunciadas pelas autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk, é que colocam todo o processo de paz em risco", declarou o porta-voz de Poroshenko, Sviatoslav Tsegolko, em seu perfil no Facebook.