A liderança da cidade líbia de Misurata, tomada pelos rebeldes, pediu uma intervenção urgente de tropas estrangeiras em campo para proteger seus quase 500 mil habitantes. Trata-se do primeiro pedido desse tipo desde o início dos levantes, em 17 de fevereiro.

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"Estamos pedindo às forças estrangeiras que protejam nossos cidadãos imediatamente", disse ontem Nouri Abdallah Abdel Ati, integrante do comitê de liderança de Misurata, formado por 17 pessoas. "Nós queremos que a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em solo. Esta não é uma ocupação ou colonialismo ocidental. Isto é necessário para proteger nosso povo", comentou.

Enquanto ele falava, o som de fortes ataques com bombas e metralhadoras de grande calibre era ouvido continuamente. Cada explosão chacoalhava as janelas atrás de Abdel Ati. "Se eles não vierem, nós vamos morrer", disse. "Foguetes Grad não deixam ninguém vivo".

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O pedido urgente para o envio de forças protetoras estrangeiras representa uma quebra da política oficial dos rebeldes - cujo governo provisório está sediado em Benghazi - de rejeitar a presença de tropas estrangeiras em solo líbio. O porta-voz rebelde em Benghazi não pôde ser contatado para comentar o assunto.

A situação humanitária em Misurata piora a cada dia. A cidade está cercada por todos os lados por forças do coronel Muamar Kadafi, que realizam ataques diários com foguetes, bombas de artilharia e bombas de fragmentação. A única ligação da cidade com o exterior é o porto, mas ele está recebendo poucos suprimentos. Funcionários do setor de saúde disseram que entre 600 e 700 pessoas morreram desde o início do levante e milhares estão feridas, números que sobem diariamente.

Abdel Ati disse que o conselho de governo local de Misurata expediu, uma semana atrás, um pedido formal para o envio de tropas estrangeiras à liderança em Benghazi, mas ainda não recebeu uma resposta. Ele disse que a liderança de Misurata havia concordado, no início, com a rejeição da entrada de tropas estrangeiras em território líbio, mas mudou de opinião na medida em que os ataques de Kadafi contra a cidade se tornaram mais violentos.

"Enquanto enfrentamos as forças de Kadafi pedimos, com base nos princípios humanitários e islâmicos, pedimos que alguém venha a nós e interrompa a matança", disse o líder insurgente. "Precisamos de sua ajuda para construir um país democrático". As informações são da Dow Jones.

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