As consultas entre representantes de Kiev e os separatistas pró-russos no chamado grupo de contato, integrado também pela Rússia e pela OSCE, é possível apesar da queda da cidade de Slaviansk, disse neste sábado um dos líderes dos sublevados, Andrei Purgin.
"Apesar de um novo giro no confronto e a saída dos milicianos de Slaviansk, conversas para resolver a situação no leste da Ucrânia são possíveis" com a mediação da Rússia e da OSCE, explicou Purgin em entrevista à agência russa "Interfax".
Hoje termina o prazo estipulado por Kiev, Moscou, Paris e Berlim para realizar a terceira rodada de consultas entre oformalizar cristalizar um novo cessar-fogo no leste da Ucrânia.
Uma fonte da direção da autoproclamada república popular de Donetsk garantiu à "Interfax" que "o lugar e a hora das consultas do grupo de contato estão sendo acertadas neste momento".
O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, ofereceu ontem aos sublevados realizarem hoje mesmo (sábado) a reunião e ficou à espera de que outros membros do chamado grupo de contato tripartite (Ucrânia, Rússia, OSCE e os separatistas) confirmem hora e local do encontro.
O próprio Purgin apontava ontem que um dos lugares mais prováveis para as conversas acontecerem é Minsk, capital da vizinha Belarus.
O presidente ucraniano aceitou negociar com os rebeldes e inclusive a declarar cessação de hostilidades de longo prazo, mas impôs três condições: seu cumprimento pelos sublevados, a libertação de todos os presos e o estabelecimento do controle sobre a fronteira russo-ucraniana, com a cooperação da Rússia e sob a vigilância da OSCE.
Em uma aparente mudança de rumo, Poroshenko já não exige dos separatistas a rendição total como única condição para pôr fim à operação militar lançada por Kiev contra os insurgentes que atuam nas regiões de Donetsk e Lugansk, como estava colocado no plano de paz apresentado em junho.
Nesta madrugada, os insurgentes pró-russos que há quase três meses controlavam Slaviansk, símbolo da sublevação contra Kiev, renderam à cidade as forças de Kiev e após romper o cerco dos militares ucranianos se deslocaram para a vizinha Kramatorsk. EFE