Rebeldes líbios rejeitaram ontem uma oferta de Muamar Kadafi para negociar e capturaram a cidade de Bin Jawwad, forçando os partidários do regime a fugir, mais uma vez, após dias de combate. O paradeiro de Kadafi continua desconhecido, mas seu porta-voz, Moussa Ibrahim, disse que ele ainda está na Líbia. Enquanto a oferta de negociação era feita, surgiram novos sinais de que as forças de apoio ao ditador assassinaram arbitrariamente presos e civis durante o avanço rebelde sobre Trípoli na semana passada.
Os rebeldes classificaram de ilusória a proposta de Kadafi, repetida por Ibrahim a uma agência de notícias, para que seu filho Al-Saadi liderasse as tratativas para formar um governo de transição. "Eu gostaria de deixar bem claro, não os reconhecemos. Nós os encaramos como criminosos. Vamos prendê-los em breve", disse Mahmoud Shammam, ministro da Informação no Conselho Nacional de Transição (CNT). "Falar sobre negociações é como sonhar acordado para o que resta da ditadura."
Em Londres, o secretário britânico de Relações Exteriores, William Hague, também descartou a proposta, afirmando que o CNT já está no comando do país e que Kadafi deveria convocar seus partidários a pararem de lutar.
Instabilidade
Os rebeldes controlam a maior parte da Líbia, incluindo Trípoli, mas vêm encontrando dificuldades para resolver o problema de falta de água, combustível e eletricidade na capital. Cerca de mil egípcios, jordanianos e filipinos embarcaram em uma balsa de passageiros no porto de Trípoli neste domingo para escapar da instabilidade.
Nos combates de ontem, rebeldes ameaçaram avançar na estrada costeira que leva à cidade natal de Kadafi, Sirta, se os líderes tribais de lá não concordarem em se entregar pacificamente. Além disso, Mohammed al-Rajali, um porta-voz dos insurgentes, informou que os rebeldes capturaram a cidade costeira de Bin Jawwad, a cerca de 560 km de Trípoli, após vários dias de combates contra as forças de Muamar Kadafi.
Corpos
Há indícios de que partidários do ditador mataram pelo menos 17 presos e executaram de forma arbitrária dezenas de civis à medida que os rebeldes se moviam rumo a Trípoli, estima um grupo de direitos humanos de Nova York. Um repórter da Associated Press viu cerca de 50 corpos carbonizados perto da prisão de Abu Salim, na capital.
"As evidências que conseguimos reunir até agora sugerem que as forças do governo de Kadafi fizeram matanças arbitrárias quando Trípoli estava caindo", disse Sarah Leah Witson, do Human Rights Watch.
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