Turquia reage contra curdos na fronteira
O primeiro-ministro da Turquia, Tayyip Erdogan, disse ontem que o país vai agir contra uma organização "terrorista" no norte da Síria, se a considerar uma ameaça. A advertência foi vista como um alerta para militantes curdos.
"Nós não vamos permitir que um grupo terrorista estabeleça acampamentos no norte da Síria e ameace a Turquia", afirmou Erdogan.
Israel anunciou reforço à barreira ao largo da fronteira com a Síria.
Números
114 pessoas morreram na Síria ontem, segundo ativistas. Os números não são confirmados pelo governo.
No sexto dia de luta por Aleppo, no norte da Síria, rebeldes disseram ontem controlar metade da cidade.
O regime do ditador Bashar Assad reage, porém, com forte bombardeio nessa cidade, a mais populosa do país. Há temor de que o Exército esteja preparando uma ofensiva violenta nos próximos dias.
Bashir, um dos comandantes rebeldes, admitiu preocupação com as informações de que dezenas de tanques estão a caminho de Aleppo. "Há risco de sermos cercados", disse, com a confiança abalada pela primeira vez desde o início da ofensiva.
Outros continuavam a esbanjar confiança. Abdelaziz Salama, líder do conselho revolucionário de Aleppo, gravou uma mensagem para ser divulgada na tevê Al Jazeera pedindo a cooperação dos moradores da cidade e oferecendo uma chance às forças do regime para se render. "Bashar Assad está se preparando para fugir da Síria. E vocês?", disse ele na mensagem, gravada diante da reportagem do jornal Folha de S. Paulo na cidade de Tal Rafat, cerca de 40 km ao norte de Aleppo.
A comunidade internacional manifestou-se com temor a respeito da situação. "Estamos preocupados com o que [o regime] é capaz de fazer em Aleppo", afirmou Victoria Nuland, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA.
Laurent Fabius, chanceler francês, pediu que Rússia e China previnam um "banho de sangue" ambos vetaram resoluções contra a Síria no Conselho de Segurança da ONU.
Ativistas colocaram na internet um vídeo que, dizem, dá provas do uso de armas químicas em Homs. A imagem mostra uma fumaça alaranjada durante confronto.
Em Al Bab, ativistas contam que o Exército ameaçou usar armas químicas caso um capitão não fosse liberado para sair em segurança do cerco rebelde. Segundo eles, há relatos de médicos de que moradores da região apresentaram sintomas de armas químicas após inalarem gases.
O médico Ali Saloum, voluntário em um ambulatório improvisado no subsolo de uma mesquita de Al Bab, desconhece. Ele diz ter atendido secretamente mais de cem feridos em ataques, mas jamais viu sinais de armas químicas.