Rebeldes da milícia houthi avançaram por terra rumo ao sul do Iêmen nesta quarta-feira (25) e atacaram com aviões a casa do presidente Abdo Rabbo Mansur Hadi em Áden. Milicianos houthis e forças aliadas prenderam o ministro da Defesa e assumiram o controle da base aérea al-Annad, a maior do país. Dessa forma, os rebeldes chegaram a 40 km da cidade portuária de Áden, refúgio de Hadi desde a tomada da capital Sanaa pelos rebeldes, em janeiro.
Corpos de combatentes dos dois lados do confronto podiam ser vistos nas ruas em localidades próximas a Lahij, ao norte de Áden. “[As forças houthis] estarão em Áden em algumas horas”, declarou o porta-voz do grupo para a emissora Al-Masirah, controlada pelos rebeldes. Foi anunciada ainda a oferta de US$ 100 mil (cerca de R$ 300 mil) pela captura de Hadi.
Aviões militares sobrevoaram e atacaram com mísseis a casa de Hadi em Áden. Diante do avanço houthi, o presidente Hadi fugiu de seu palácio para uma localização desconhecida. Autoridades negaram que ele tenha fugido de Áden.
A escalada de violência no Iêmen nas últimas semanas põe o país mais pobre do Oriente Médio no caminho para uma possível guerra civil. Enquanto partes do país são controladas pelos rebeldes houthis, em outras há uma grande presença da Al-Qaeda.
Na terça-feira (24), Hadi havia pedido ao Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) que fosse autorizada uma intervenção militar “para proteger o Iêmen e conter a agressão houthi que pode acontecer a qualquer momento”. A Arábia Saudita havia ameaçado na segunda (23) intervir no país diante da situação de confronto. O vice-secretário-geral da Liga Árabe afirmou nesta quarta que o organismo discutirá na quinta (26) a possibilidade de intervenção militar no Iêmen.
O avanço dos houthis, intensificou-se após os ataques a mesquitas em Sanaa que deixaram 137 mortos na semana passada. Diante da situação, os EUA anunciaram a retirada de tropas do país, onde realizavam operações para conter a Al-Qaeda.
Hadi havia anunciado sua renúncia em janeiro quando os rebeldes cercaram sua casa em Sanaa, mas fugiu para Áden e afirmou que continuava sendo presidente do país. Acredita-se que os houthis sejam apoiados pelo Irã e pelo ex-ditador Ali Abdullah Saleh, rival de Hadi deposto em 2012 em meio à Primavera Árabe. Hadi, por sua vez, tem apoio dos EUA.
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