A tomada de controle de Bani Walid, 150 quilômetros ao sudeste de Trípoli, transcorreu de maneira tranquila, permitindo aos rebeldes tempo para se reorganizar após os duros combates de sexta-feira (16) contra um ataque das forças pró-Kadafi, que deixou um saldo de seis mortos.
Em Sirte, os aliados de Muammar Kadafi continuam perdendo terreno com o avanço rebelde, segundo informou à Agência Efe uma fonte rebelde, indicando que já controlavam totalmente a zona de Wadi Yarf e que continuavam avançando para dentro da cidade.
O ataque de sexta-feira (16) deixou seis rebeldes mortos e 56 feridos, contou o motorista de ambulância Radwan Saleh à Efe. Segundo algumas fontes, mesmo com os insurgentes tendo que se retirar perante a resistência pró-Kadafi, este ataque não foi completamente frustrado.
Akram Abulmeda disse que o motorista de Saif Al Islam, filho de Kadafi, foi preso. Abulmeda está em um acampamento improvisado em um armazém. Hussein Mohammed al Gazar se apresenta como responsável pelo local e explica seu funcionamento.
Situado a 15 quilômetros de Bani Walid, ele abriga 150 brigadas de Tayura. Trocam pneus, revisam motores, recarregam metralhadoras, consertam veículos danificados e tiram um intervalo para comer, rezar ou simplesmente fumar um charuto.
Al Gazar explica que estão aproveitando o tempo para se organizar e que nenhum deles contava com a resistência dos aliados do ditador. Entretanto não descartam uma ofensiva ou um novo ataque, neste sábado ou no domingo.
"Já aconteceu outras vezes, dizem que há trégua, negociações, mas sempre acontece alguma coisa", disse um dos rebeldes horas antes de um foguete lançado pelos simpatizantes de Muammar Kadafi cair em um dos postos de Bani Walid.
O chefe religioso do acampamento dos silos, Ali Tabib, acredita que a vitória é certa. "Estão cercados por todos os lados, sabem que poderíamos cortar-lhes a luz e a água, mas continuam lutando. Não sei a razão, talvez porque só acreditem em Kadafi", disse.
Tabib acrescenta que, apesar do ódio que os guerrilheiros nutrem pelo ditador e suas tropas, em seus sermões faz questão de dizer que na Líbia não há vencedores nem vencidos.
Para ele é importante explicar certas questões para os homens armados porque o poder das armas pode torná-los irracionais. "Falo a eles contra a corrupção, a destruição, principalmente, dos princípios do islã, porque ninguém está acima de ninguém, porque somos todos líbios", concluiu.