Bagdá (AE/AP) Os grupos rebeldes que combatem o governo iraquiano e as forças de ocupação desfecharam ontem uma de suas mais ousadas operações em três anos de guerrilhas, impondo um amargo revés às forças de segurança do Iraque. Cerca de cem rebeldes mascarados e munidos de fuzis, bombas e granadas propelidas por foguetes invadiram uma prisão em Muqdadiya, 100 quilômetros ao norte de Bagdá, mataram pelo menos 20 agentes de segurança e libertaram 33 prisioneiros, dos quais pelo menos 18 ligados à resistência. Eles cortaram as linhas telefônicas, o que retardou a chegada de reforços da polícia, e partiram depois de recolher os corpos de alguns companheiros mortos e pôr fogo no prédio e em mais de 20 carros.
Segundo as autoridades do Ministério do Interior, 20 policiais e 10 insurgentes morreram nos confrontos. Muqdadiya fica na província de Diyala, formada por população muçulmana xiita e sunita e palco de crescente violência sectária, além de atentados desfechados pela rede terrorista Al-Qaeda no Iraque. A cidade fica no extremo leste do chamado triângulo sunita, cerca de 40 km da fronteira com o Irã, a região de mais forte resistência ao novo governo.
Prisões
Por ordem do governo da província foram presos o comandante da polícia e outros oficiais encarregados da segurança do presídio, por suspeita de terem colaborado com os rebeldes na preparação do assalto. Nos últimos meses as forças de segurança de Diyala têm sido alvo de ataques contra seus veículos, quartéis e delegacias. Para o setor de inteligência iraquiano, o líder da Al Qaeda no Iraque, o jordaniano Abu Musab al-Zarqawi, está agora escondido na província.
À noite, um grupo que se identificou como o braço militar do Conselho dos Combatentes Islâmicos reivindicou a autoria do assalto num comunicado colocado num site usado pelos insurgentes. O texto diz que 40 policiais foram mortos.
Recentemente, comandantes militares iraquianos e americanos afirmaram que a região de Muqdadiya não era mais um reduto de rebeldes, mas o assalto de ontem deixou claro que os insurgentes têm condições de reunir um grande grupo para desfechar ataques de grandes proporções.
A preocupação segue também na região de Samarra, apesar da presença de mais de cerca de 1,5 mil soldados iraquianos e da coalizão estrangeira.
Deixe sua opinião