O empresário Donald Trump, entre os republicanos, e o senador Bernie Sanders, entre os democratas, terminaram as primárias em New Hampshire com uma vantagem de mais de 20 pontos sobre os respectivos segundos colocados, mostraram os número da apuração, divulgados na tarde desta quarta (10).
O Estado foi o segundo a realizar prévias para decidir os candidatos dos Partidos Republicano e Democrata na eleição presidencial de 2016 nos Estados Unidos.
Sanders ficou com 60,1% dos votos dos eleitores democratas no Estado, ante 38,2% da ex-secretária de Estado Hillary Clinton.
Entre os republicanos, Trump obteve 35,4%, seguido do governador de Ohio, John Kasich, de perfil moderado, que teve 15,7% -- um desempenho que pode dar algum fôlego à sua pré-candidatura, até então pouco destacada no enorme contingente do partido.
Vencedor na prévia inaugural, em Iowa, o senador ultraconservador Ted Cruz, do Texas, ficou em terceiro com 11,7%, o ex-governador da Flórida Jeb Bush em quarto, com 11%, o que também pode lhe dar sobrevida, já que a próxima prévia é na Carolina do Sul, Estado onde Bush tem uma base de votos confiável.
Bem cotado após um importante terceiro lugar em Iowa, o senador pela Flórida Marco Rubio acabou com 10,5%, aparentemente rejeitado por parte do eleitorado após uma má performance no debate do fim de semana passado.
Já o governador de New Jersey, Chris Christie, apontado em 2012 como promessa da campanha de 2016, terminou em sexto, com 7,4%. Emissoras e jornais americanos dizem que ele deve abrir mão da candidatura ainda nesta quarta-feira (10).
Na lanterna, ficaram a executiva Carly Fiorina (4,1%) e o neurocirurgião aposentado Ben Carson (2,3%). Os resultados foram aferidos com 96% das urnas apuradas.
“As pessoas de New Hampshire enviaram uma mensagem profunda ao ‘establishment’ político”, disse Bernie Sanders, de 74 anos.
“O povo quer uma mudança verdadeira”, completou o senador por Vermont (estado vizinho a New Hampshire), o primeiro judeu a vencer uma disputa estadual de primárias no país.
O outro vencedor da noite, o verborrágico Trump, se mostrou eufórico e prometeu que o mundo “vai respeitar novamente” os Estados Unidos.
Depois do caucus de Iowa de 1º de fevereiro, que marcou o início da corrida para a eleição presidencial de novembro, New Hampshire foi a segunda etapa do longo processo de seleção de candidatos que termina com as convenções partidárias de julho.
Na história recente, nenhum candidato que não tenha ficado entre os dois primeiros em New Hampshire conseguiu chegar à Casa Branca.
A revolução Sanders
Hillary Clinton, que busca a indicação pela segunda vez, depois da derrota para o presidente Barack Obama em 2008, havia conquistado uma vitória por margem mínima sobre Sanders em Iowa (49,8% a 49,6%), enquanto Ted Cruz surpreendeu Trump ao derrotá-lo por 27,7% contra 24,3%, apesar das pesquisas prévias favoráveis ao bilionário.
O resultado de New Hampshire significa um grande respaldo para Sanders, que defende uma revolução política no país e tem o apoio dos eleitores jovens. Os números jogam ainda mais dúvidas sobre a cômoda liderança registrada há alguns meses por Hillary, apontada como a grande favorita.
Ao aceitar a derrota, Hillary Clinton prometeu batalhar nas próximas primárias deste mês em Nevada e Carolina do Sul.
“Vamos lutar por cada voto em cada estado”, disse, antes de reconhecer que as pessoas “têm todos os motivos para estar chateadas”.
O importante percentual de independentes, quase 400.000 (44% do eleitorado), somado à fama de imprevisibilidade de New Hampshire, levou os candidatos a batalhar até o último minuto para conquistar votos.
De acordo com as pesquisas em New Hampshire, quase metade dos republicanos e 25% dos democratas decidiram os votos nos últimos dias, informou o canal CNN.
Surpresas do lado republicanoNo Partido Republicano, a luta foi pelo segundo lugar, atrás de um Donald Trump imponente e pela sobrevivência para aqueles que registraram resultados mínimos em Iowa, como o governador de Nova Jersey, Chris Christie, que obteve apenas 8% dos votos e disse que retornava para casa para “dar um respiro”.
Como anteciparam as pesquisas, o moderado John Kasich obteve um ótimo resultado e ficou em segundo lugar, com 16% dos votos.
Ted Cruz, após a vitória em Iowa, ficou em terceiro lugar, com 12%, seguido por Jeb Bush, com 11% dos votos.
Marco Rubio pagou o preço do desempenho ruim no último debate republicano de sábado passado, com um quinto lugar, com 10%, depois do bom resultado de Iowa, onde ficou em terceiro lugar, muito próximo de Trump (23,1%).
“Nossa decepção esta noite não é provocada por vocês. É por minha culpa. Não fui bem no sábado à noite”, disse aos partidários.
A corrida pela Casa Branca pode ver nos próximos dias a entrada de um novo candidato, o bilionário ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg, que afirmou na segunda-feira estudar “todas as opções” de uma possível candidatura independente.
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