O Serviço Nacional de Atenção Integral (SNAI) às Pessoas Privadas de Liberdade, órgão penitenciário do Equador, anunciou nesta segunda-feira (15) que encontrou um preso morto e descobriu a fuga de outros 48 detentos, cinco dos quais já foram recapturados, no presídio de Esmeraldas, capital da província homônima no noroeste do país e na fronteira com a Colômbia.
O SNAI disse em um comunicado que encontrou um prisioneiro morto e que 48 detentos haviam escapado durante a intervenção policial e militar no domingo (14) nessa prisão, que havia sido tomada por detentos amotinados em uma situação que se repetiu em pelo menos seis outras penitenciárias do país.
No domingo, mais de mil militares e policiais entraram na prisão para realizar uma busca geral, mas após a inspeção "ficou claro que 48 prisioneiros haviam escapado", informou o órgão. As autoridades ativaram os protocolos que são aplicados nesse tipo de situação e houve a recaptura de cinco presos, acrescentou o SNAI.
A instituição penitenciária afirmou que, na mesma intervenção foi informada da "morte de uma pessoa privada de liberdade que estava nesse centro", razão pela qual "coordenou com a instituição competente para determinar as causas desse acontecimento".
Na semana passada, ao menos sete prisões equatorianas foram tomadas por detentos, que fizeram mais de 200 agentes penitenciários e funcionários administrativos reféns.
Na semana passada, o presidente do Equador, Daniel Noboa, assinou um decreto de estado de exceção válido por 60 dias em todo o país para acabar com as ações violentas nas prisões.
No dia seguinte, a situação se espalhou e a violência também tomou as ruas do país, com explosões, veículos incendiados, roubos, assaltos e até mesmo uma invasão de criminosos armados a uma emissora de televisão, além dos tumultos nas prisões.
Durante esses distúrbios simultâneos, houve também fugas em massa, como a ocorrida na penitenciária de Riobamba, de onde escaparam 32 detentos, entre eles Fabricio Colón Pico, suposto líder da gangue criminosa Los Lobos e acusado de planejar um atentado contra a procuradora-geral, Diana Salazar.
Foi então que Noboa assinou um decreto reconhecendo um "conflito armado interno" no Equador e ordenou que as Forças Armadas e a polícia neutralizassem as gangues do crime organizado culpadas pela espiral de violência, que ele descreveu como "grupos terroristas e agentes estatais não beligerantes".
A espiral de violência eclodiu há uma semana, logo após Noboa ter anunciado que avançaria com seu Plano Fênix, destinado a retomar o controle das prisões, muitas delas dominadas por gangues do crime organizado, onde mais de 450 detentos foram mortos desde 2020 em uma série de massacres em prisões entre grupos rivais.
Embora a onda de violência no Equador tenha diminuído nos últimos dias, as forças de segurança mantêm o patrulhamento ostensivo nas ruas e operações nas prisões. (Com Agência EFE)