O Tribunal Penal Supremo iraquiano retomou nesta terça-feira o julgamento do ex-presidente Saddam Hussein e seis de seus antigos colaboradores pelas acusações de genocídio, crimes de guerra e crimes contra a Humanidade cometidos contra os curdos no norte do Iraque.
Os advogados dos acusados, mais numa vez, não se apresentaram ao tribunal para a audiência de hoje. Por isso, novos defensores foram nomeados.
A equipe da defesa boicota o processo há quatro sessões, em protesto contra a "intromissão do governo", que destituiu o juiz anterior, por ter afirmado que Saddam "não era um ditador".
Na sessão de hoje, a 14ª, o tribunal deve continuar ouvindo os testemunhos de vítimas da Campanha de al-Anfal, que entre 1987 e 1988 afetou vários territórios curdos do norte do Iraque.
Segundo o Procurador-geral do Tribunal Penal Supremo, mais de 180 mil curdos foram assassinados ou desapareceram na campanha, que coincidiu com os últimos dois anos da guerra entre Irã e Iraque (1980-1988).