A Casa Branca classificou nesta segunda-feira (31) como "prematuro" o reconhecimento da Palestina como membro da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), e disse que este fato não contribuirá para conseguir uma solução de dois Estados que convivam em paz.
Em declarações à imprensa, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, afirmou que o voto agride a meta de uma paz duradoura no Oriente Médio e distrai os esforços para conseguir o restabelecimento de conversas diretas.
A Conferência Geral da Unesco aprovou a admissão da Autoridade Nacional Palestina (ANP) como membro de pleno direito em uma votação realizada em sua sede em Paris. O pedido de adesão da ANP teve os votos a favor de Índia, China e vários países latino-americanos. Estados Unidos, Alemanha e Canadá, entre outros, se pronunciaram contra.
"Não podemos tomar atalhos", disse o representante dos EUA ao saber o resultado da votação, que teve 107 votos a favor e 14 abstenções, sendo que apenas 87 votos positivos seriam necessários.
O porta-voz acrescentou que considera estes esforços contraprodutivos, mas seu país continuará apoiando os trabalhos da Unesco. Já Israel avaliou a decisão da Conferência Geral da Unesco como um "freio para a paz".
Os Estados Unidos se opõem ao reconhecimento da Palestina como Estado nos fóruns internacionais e consideram que a criação do país deve nascer das negociações diretas com Israel.
Estas negociações estão estagnadas há 13 meses, quando expirou uma moratória israelense à construção de novas casas nos assentamentos na Cisjordânia. Desde então, os esforços para restabelecer as conversas não deram resultado.
O presidente dos EUA, Barack Obama, se reuniu nesta segunda-feira a portas fechadas na Casa Branca com o ex-primeiro-ministro do Reino Unido e atual enviado do Quarteto para o Oriente Médio, Tony Blair, para estudar possíveis vias que permitam a retomada das negociações.