As autoridades norte-americanas ainda não confirmaram oficialmente, mas tudo indica que o estudante sul-coreano Cho Seung-hui tenha agido sozinho quando matou 32 pessoas na Universidade Técnica de Virgínia, em Blacksburg, na segunda-feira (16), antes de cometer suicídio.
Uma reconstituição do crime, de acordo com as testemunhas envolvidas e telefonemas e e-mails recebidos, mostram que Cho Seung-hui foi até um dos alojamentos de estudantes, o West Ambler Johnston Residence Hall, por volta das 7h15 da manhã (8h15 no horário de Brasília), e matou duas pessoas. A polícia e a equipe de resgate chegaram ao local rapidamente e encontraram duas vítimas baleadas, um homem e uma mulher.
Apesar desse assassinato, as aulas não foram suspensas. O autor do crime conseguiu fugir do local, o que levou as autoridades a pensarem que ele já tinha abandonado a universidade. No entanto o estudante voltaria a agir duas horas depois, no edifício da faculdade de engenharia Norris Hall, que fica a cerca de 800 metros do alojamento em que atacou primeiro. Neste segundo ataque, provocou a matança indiscriminada de outras 30 pessoas.
Nesse meio tempo, por volta das 9h26, a direção da universidade decidiu enviar e-mails aos alunos, professores e funcionários do estabelecimento. O texto informava que havia ocorrido um assassinato no West Ambler Johnston Residence Hall e pedia que as pessoas avisassem as autoridades sobre qualquer atividade suspeita no campus.
Às 9h45 a polícia recebeu uma ligação de emergência sobre tiros em outro lugar do campus, o edifício de engenharia Norris Hall, que possui escritórios, salas de aula e laboratórios.
Os policiais foram até o local mas encontraram as portas trancadas pelo lado de dentro. Os oficiais arrombaram as portas e escutaram tiros dentro do edifício. Seguiram o barulho provocado pela sucessão de disparos até o segundo andar. Assim que chegaram, os tiros cessaram. Eles encontraram vários estudantes baleados e mortos. O autor dos disparos já estava caído, com um tiro na cabeça. Em nenhum momento houve contato entre a polícia e o atirador.
Negligência
Vários estudantes e pais de alunos da universidade acusaram a instituição de negligência, porque o e-mail que informava sobre o incidente não dava instruções sobre se os alunos deveriam permanecer no campus ou não. Só foi solicitado que os estudantes avisassem sobre qualquer atividade suspeita.
Só por volta das 10h da manhã, os estudantes receberam um segundo e-mail da direção avisando que um "franco-atirador descontrolado" estava no campus.
"Houve uma pausa de mais de duas horas (entre o primeiro e o segundo ataque). Não há desculpa para isto, para esta falta de informação", acusou Erin Mabry, de 25 anos, estudante da Virginia Tech.
"Se tivessem enviado os e-mails mais cedo, teriam poupado muitas vidas", disse Savannah McReynolds, uma estudante de biologia de 18 anos.
O reitor da universidade, Charles Steger, explicou que a idéia de mandar o primeiro e-mail era uma forma de alertar os estudantes que já estavam no prédio. A instituição alegou que acreditava que a situação já estava controlada e o caso encerrado após as duas mortes ocorridas na residência estudantil.
"Alertamos os estudantes que poderiam ser afetados de forma mais imediata. Achávamos que, se os mantivéssemos nas salas de aula, eles estariam mais seguros", afirmou Steger.
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