A reconstrução do Chile após o terremoto e o tsunami ocorridos no sábado levará pelo menos três anos, estimou ontem a presidente Michelle Bachelet. Segundo ela, o país precisará de ajuda internacional.
"Há áreas rurais onde tudo foi para o chão... a infraestrutura foi destruída", notou a presidente. "Milhares de chilenos perderam não apenas suas pessoas queridas, mas suas casas e pertences, enquanto algumas empresas sofreram perdas significativas."
O terremoto fez com que a economia do país ficasse "seriamente comprometida", segundo relatórios divulgados pelo governo. O crescimento do país deve ser de 1% em 2010 a previsão inicial era de 4%.
A presidente viajou na manhã de ontem para as cidades de Talca e Concepción, que estão entre as mais afetadas pelo terremoto, para verificar a entrega de ajuda humanitária às centenas de milhares de vítimas. O governo tem sido criticado pela demora na distribuição de ajuda.
Em muitas cidades atingidas pelo tremor, onde foram restabelecidos parcialmente os fornecimentos de água e luz, há maior tranquilidade durante a noite, graças ao toque de recolher imposto desde domingo para conter a onda de saques.
Uma ponte aérea estabelecida com a região dos sul do país, onde residem cerca de 80% da população chilena, vai transportar 320 toneladas de alimentos e barracas. Um barcaça da armada está distribuindo 270 toneladas de ajuda a localidades costeiras onde é difícil se chegar por terra.
Bachelet comentou que no domingo reuniu-se com o presidente eleito Sebastián Piñera, que assume dentro de uma semana, para coordenar a transição do poder e para que as novas autoridades fiquem cientes da realidade da catástrofe e das medidas tomadas.