O primeiro-ministro do Haiti, Jean-Max Bellerive, fala sobre a reconstrução do país| Foto: Felix Evens / Reuters

Quatro semanas depois do terremoto que devastou sua capital, o Haiti permanece em situação precária, sem uma ideia clara de como abrigar 1 milhão de pessoas que estão vivendo nas ruas, disse o primeiro-ministro Jean-Max Bellerive na terça-feira.

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De acordo com ele, o país caribenho deve levar três a quatro anos para voltar ao estado pré-terremoto, e até dez anos para reconstruir as 250 mil casas arruinadas pelo tremor de magnitude 7,0 em 12 de janeiro.

O planejamento para albergues e novas casas não avançou muito, e o número de acampamentos espontâneos de desabrigados na cidade - onde a maioria dos haitianos vive em barracas feitas com plásticos e lençóis - subiu para quase 500, segundo Bellerive.

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"Ainda estamos numa situação dificílima", disse Bellerive à Reuters. "Ainda não temos uma visão clara de certos problemas - como vamos realocar toda essa gente."

Bellerive, um economista que se tornou primeiro-ministro apenas dois meses antes do terremoto, disse que as condições estão melhorando em algumas áreas, com melhor distribuição de alimentos e atendimento médico.

O premiê afirmou que nos próximos quatro a seis meses o governo terá de transferir as pessoas para albergues ou para acampamentos com melhores condições. A estação de chuvas no país começa dentro de algumas semanas, e a temporada de furacões no Caribe tem início em 1º de junho.

"Em alguns lugares (os desabrigados) vão ficar onde estão, (vamos) simplesmente acomodá-los. Em outros, temos de simplesmente transferi-los. E se os transferirmos temos de lhes dar todos os serviços, porque não estarão em condições de se cuidar por si sós", afirmou Bellerive.

O saneamento nos acampamentos, onde em geral faltam banheiros e água corrente, é uma grande preocupação com a chegada das chuvas, disse ele. O governo espera instalar latrinas antes que a chuva comece, e enviar equipes de saúde para dar orientações a moradores sobre os riscos de dormir, cozinhar e se banhar nos mesmos espaços confinados.

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Embora tenha havido um aumento na incidência de tétano e outras doenças, Bellerive afirmou que não ocorreram epidemias graves "até agora".

O governo diz que 250 mil casas foram destruídas, a maioria na capital, e que milhares de outras podem ser declaradas inabitáveis nas próximas semanas. Sobre o tempo de recuperação, Bellerive disse: "Muito tempo... Eu tenho dito dez anos. Digo que serão pelo menos três ou quatro anos para voltarmos a 11 de janeiro (véspera do terremoto)."