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Os resultados das eleições parlamentares iraquianas não mudaram significativamente após a recontagem de metade das 2,5 milhões de cédulas previstas, disse neste domingo (9) uma autoridade eleitoral.

A coalizão predominantemente xiita do primeiro-ministro Nuri al-Maliki pediu a recontagem das cédulas de Bagdá alegando fraude depois de terminar na segunda colocação na eleição de 7 de março, com dois assentos a menos que um bloco inter-sectário formado pelo ex-primeiro-ministro Iyad Allawi, um xiita secular.

O resultado inconclusivo das eleições aumentou temores de uma escalada na violência durante o vácuo no poder, enquanto políticos disputam posições nos assentos para formar maioria parlamentar antes da redução das tropas norte-americanas no país, marcada para meados deste ano, e uma retirada completa no final de 2011.

A recontagem, iniciada na segunda-feira, deve terminar na sexta-feira, afirmou Faraj al-Haidari, chefe do Alto Comissariado Eleitoral Independente. Bagdá possui mais de 20 por cento dos 325 assentos do Parlamento iraquiano.

"É possível que haja mudança em um par de votos aqui e ali," disse Haidari. "A mudança é aceitável para até 4 por cento, e até agora a distribuição dos votos não mudou nem 1 por cento."

A coalizão Iraqiya, de Allawi, obteve um forte apoio da maioria sunita, ganhando 91 por cento dos assentos, contra 89 do bloco de Maliki, denominado Estado de Direito.

A coalizão de Maliki anunciou na semana passada o apoio da Aliança Nacional Iraquiana, que finalizou na terceira posição, com 70 assentos, formando o maior agrupamento do Parlamento.

A minoria curda, que deve ser um parceiro de qualquer um dos governos, anunciou neste domingo uma esperada fusão entre a coalizão principal e pequenos partidos, o que dá ao grupo 57 assentos no próximo Parlamento.

A aliança "permite aos curdos falar com uma voz" sobre assuntos como a cidade de Kirkuk, que eles querem incorporar ao enclave semiautônomo que eles possuem no Norte do país, afirmou o presidente regional curdo, Masoud Barzani.

Allawi afirmou que a aliança de dois grandes blocos xiitas e que exclui a Iraqiya pode enfurecer os sunitas e aumentar a violência em um momento no qual as tropas norte-americanas se preparam para encerrar as operações de combate, em agosto, e se retirar completamente no próximo ano.

Alguns líderes curdos indicaram que estão mais propensos a apoiar a coalizão liderada pelos xiitas do que aquela cujo líder é Allawi.

Tanto xiitas quanto curdos foram brutalmente oprimidos pelo ditador sunita Saddam Hussein.

O Alto Comissariado Eleitoral Independente disse neste domingo que enviará os resultados de 17 das 18 províncias iraquianas, excluindo-se Bagdá, à Suprema Corte, para certificação final.

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