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Venezuelanos escrevem mensagem para o presidente Hugo Chávez em um painel gigante durante vigília em Caracas | Carlos Garcia Rawlins/Reuters
Venezuelanos escrevem mensagem para o presidente Hugo Chávez em um painel gigante durante vigília em Caracas| Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters

Idas e vindas

Presidente da Venezuela luta contra câncer há mais de um ano e meio.

10 de junho de 2011 – O governo diz que Chávez foi operado de um abscesso pélvico.

20 de junho – Volta a ser operado em Cuba.

30 de junho – Chávez, pálido e mais magro, anuncia que havia sido operado de câncer em Havana.

17 de julho – Volta a Cuba para iniciar sessões de quimioterapia.

20 de outubro – Após exames, Chávez se diz livre do câncer.

21 de fevereiro de 2012 – Chávez anuncia que será operado de novo por uma lesão no mesmo local onde teve câncer.

14 de abril – Volta a Havana para ciclos de radioterapia e falta à Cúpula das Américas.

2 de maio – Chávez designa um conselho assessor de governo diante de suas ausências prolongadas para tratamento.

11 de junho – Chávez inscreve sua candidatura para a eleição de 7 de outubro.

9 de julho – O presidente diz novamente que está livre do câncer.

7 de outubro – Chávez conquista seu quarto mandato.

27 de novembro – Assembleia Nacional autoriza nova viagem do presidente a Cuba para fazer tratamento .

7 de dezembro – Chávez volta para a Venezuela acompanhado do vice-presidente Nicolás Maduro e de suas duas filhas.

8 de dezembro – Presidente anuncia que o câncer voltou e que será submetido a uma nova cirurgia.

Com voz rouca e um semblante triste, o vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, informou ontem que a recuperação do presidente Hugo Chávez será um processo complexo e duro e instou os venezuelanos a se prepararem "com serenidade" para dias difíceis.

Em pronunciamento em rede de rádio e tevê, cercado de alguns dos principais nomes do chavismo, como o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, e do ministro do Petróleo, Rafael Ramírez — que haviam regressado de Havana, onde o presidente foi operado — Maduro definiu a quarta cirurgia de Chávez para combater um câncer na região pélvica como "complexa" e "delicada".

"O próprio presidente Chávez conversou há alguns dias com toda a equipe política e foi muito claro ao pedir que o povo acompanhe seu processo de tratamento, mas também que nosso povo esteja serenamente preparado para enfrentar estes dias duros, complexos e difíceis que vamos viver. Cenários que só podem ser enfrentados com a união do povo", disse.

O vice-presidente afirmou que a equipe de ministros está em contato constante com a equipe médica a fim de informar a população "corretamente" sobre a saúde de Chávez. Ontem, o governo venezuelano fez três pronunciamentos sobre a cirurgia. Dois deles feitos pelo ministro das Comunicações, Ernesto Villegas, e o terceiro, pelo próprio vice-presidente. Segundo o jornal El Nacional, além dos profissionais cubanos que atenderam Chávez, especialistas de Brasil, Rússia e Venezuela acompanharam a cirurgia pela internet e emitiram opiniões sobre o procedimento.

"Inimigos"

Maduro aproveitou o comunicado para acusar uma "minoria pequena e venenosa", formada por "inimigos da pátria", de cometer ataques ferozes contra o presidente e os instou a parar com especulações e mentiras. Mesmo assim, disse que o governo agradece os votos de restabelecimento de Chávez, inclusive de opositores.

A doença do presidente deixou a Venezuela em suspenso a poucos dias das eleições regionais, marcadas para domingo, que têm papel crucial para o futuro da oposição. A coalizão Mesa de Unidade Democrática obteve nas urnas, em outubro, seu melhor resultado na era Chávez, com o apoio de 6,5 milhões de venezuelanos, o equivalente a mais de 44% dos votos.

A vitória em estados-chave é essencial para evitar a fragmentação dos grupos opositores. O principal embate deve ocorrer no estado de Miranda, comandado pelo líder da oposição, Henrique Capriles. Para enfrentá-lo, Chávez indicou o ex-vice-presidente Elías Jaua.

Além de ofuscar a eleição regional, a doença do presidente mudou a rotina dos venezuelanos. Foram programadas missas e vigílias de oração em diversas cidades.

ExpectativaVenezuelanos esperam transparência sobre o estado de saúde do presidente

Reuters

Venezuelanos aguardavam ansiosamente ontem por mais detalhes sobre a condição de saúde do presidente Hugo Chávez em Cuba depois da realização de uma cirurgia contra um câncer considerada bem-sucedida pelo governo, mas cercada de sigilo.

Os líderes da oposição criticaram o governo por falta de transparência, comparando o caso de Chávez com os relatórios médicos detalhados divulgados durante outros casos de câncer em líderes da América Latina nos últimos anos.

Chávez mudou o cenário antes de viajar para Cuba ao indicar seu vice, Nicolás Maduro, como seu substituto preferido e pedindo que os venezuelanos votem nele caso seja convocada uma nova eleição com a sua saída do governo.

A situação política é delicada internamente e também para os aliados da América Latina e do Caribe que dependem dos generosos subsídios de petróleo de Chávez e de outros auxílios. , A Venezuela tem as maiores reservas de petróleo do mundo.

O governo comunista do presidente cubano Raúl Castro está especialmente vulnerável, em razão de sua dependência dos mais de 100 mil barris de petróleo venezuelano por dia.

Após 14 anos de acrimônia com Chávez, o governo norte-americano também observa atentamente a situação.

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