12.º maior emissor é a posição do Brasil no ranking de países emissores de dióxido de carbono divulgado em 2012 pelo Instituto de Energia Renovável da Alemanha (IWR). Em 2009, no Acordo de Copenhague, o Brasil apresentou uma meta voluntária de redução de 39% das emissões até 2020.
A 20.ª conferência do clima da ONU, COP 20, teve início ontem em Lima, no Peru, num ambiente que mescla otimismo e aflição. Apesar de um recente acordo entre China e Estados Unidos ter dado ao planeta a perspectiva de avançar na redução de emissões de gases do efeito estufa, promessas ainda estão aquém daquilo que a ciência diz ser necessário para evitar um aquecimento "perigoso" do planeta.
O principal objetivo do encontro na capital peruana é progredir nas negociações até um ponto que torne possível fechar um acordo na COP 21, marcada para dezembro de 2015, em Paris, quando chefes de estado se reunirão para discutir o problema.
A função do documento é estabelecer objetivos de mitigação do aquecimento global para o período pós-2020, quando se encerra a vigência do acordo de Copenhague.
Assinado em 2009, este outro texto fracassou na tentativa de impor metas de redução de emissões aos países. O formato do próximo acordo com metas obrigatórias ou voluntárias, por exemplo ainda não foi definido. O esboço que circula entre diplomatas deixa este e muitos outros pontos em aberto.
Após o fracasso de Copenhague, os 196 países da Convenção do Clima da ONU decidiram adotar outro processo, no qual cada nação deve dizer qual redução de emissões pretende oferecer para que a soma global atinja o corte necessário no CO2. EUA, China e União Europeia, já acenaram com promessas.
A mera existência de propostas abertas é um progresso, mas os números ainda não são ambiciosos o suficiente para conter o aumento de temperatura de 2°C em relação à era pré-industrial, estabelecido como perigoso por cientistas do painel do clima da ONU. O que a ciência recomenda é um corte de 40% a 70% até 2050, com emissões zeradas em 2100.
Até abril de 2015, todos devem acenar com propostas de redução de emissões para o período pós-2020. O acordo sino-americano pode atuar agora como um fator de pressão para que outros grandes emissores coloquem suas cartas na mesa antes disso.
O Brasil, 12.º maior emissor, não deu sinal de que abrirá o jogo em Lima, apesar de ter apresentado meta voluntariamante no acordo de 2009 (cortar até 39% das emissões projetadas para 2020).
Como a etapa decisiva para fechar o próximo acordo é daqui a um ano, fica difícil saber qual estágio de evolução das negociações deve ser visto como sucesso no Peru.
"É importante que Lima estabeleça diretrizes sobre o que países devem incluir em seus planos de ação climática depois de 2020", diz Andrew Steer, do World Resources Institute, ONG de pesquisa que dá suporte a negociadores.
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