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Governador é um dos responsáveis por transformar a Flórida, antes um tradicional swing state, num estado republicano “puro”
Governador é um dos responsáveis por transformar a Flórida, antes um tradicional swing state, num estado republicano “puro”| Foto: EFE/Giorgio Viera

Para muitos republicanos, o ex-presidente americano Donald Trump (2017-2021) é, desde a derrota de 2020 para Joe Biden, a escolha do partido para tentar tomar a presidência dos democratas na eleição de 2024.

Entretanto, nas eleições de meio de mandato realizadas nos Estados Unidos na terça-feira (8), um oponente dentro da legenda, que já vinha adquirindo proeminência, ganhou ainda mais força: o governador da Flórida, Ron DeSantis, de 44 anos.

Reeleito para o cargo com quase 60% dos votos, ele é um dos responsáveis por transformar o estado sulista, antes um tradicional swing state (como são chamados os estados americanos onde não é certo qual partido vai vencer), num estado republicano “puro”.

DeSantis é, ao lado do texano Greg Abbott (também reeleito na terça-feira), a grande pedra no sapato de Biden entre os governadores republicanos. Em setembro, DeSantis enviou cerca de 50 imigrantes de avião do Texas para a ilha de Martha's Vineyard (conhecido ponto de veraneio de milionários no estado de Massachusetts, onde Barack Obama tem uma mansão) para protestar contra a política migratória de Biden.

“Muita gente em Washington e Nova York batia no peito quando Trump era presidente, dizendo como estavam orgulhosos de serem jurisdições santuários”, afirmou DeSantis à época. “No minuto em que uma pequena fração do que as cidades fronteiriças têm que enfrentar todos os dias é trazida à porta da casa deles, eles enlouquecem.”

No ano passado, o governo da Flórida entrou com processos contra a gestão Biden para questionar exigências de vacinação contra a Covid-19 em empresas e na administração pública federal.

Além dessas investidas diretas contra o presidente, DeSantis adotou outras medidas que vão contra bandeiras do Partido Democrata. Em abril, antes mesmo que a Suprema Corte derrubasse uma decisão de 1973 que impedia os estados americanos de legislar sobre o aborto como preferissem, o governador republicano assinou uma lei estadual que proíbe o procedimento após 15 semanas de gravidez.

No ano passado, DeSantis assinou uma lei que veta a participação de pessoas que passaram por transição de gênero em disputas escolares femininas. Na semana passada, o Conselho de Medicina da Flórida, cujos membros são indicados pelo governador, proibiu procedimentos desse tipo em menores de 18 anos. DeSantis também vetou a abordagem dos temas orientação sexual e identidade de gênero na educação infantil.

Outra lei assinada pelo governador da Flórida, apelidada de “Stop Woke Act”, proíbe treinamentos em escolas públicas, faculdades, universidades e locais de trabalho que possam fazer com que alguém se sinta culpado ou envergonhado por ações coletivas praticadas no passado por pessoas da sua raça ou sexo. Em agosto, porém, ela foi suspensa pelo Judiciário.

Outra medida de DeSantis suspensa pela Justiça foi uma lei de 2021 que impunha multas a empresas de mídias sociais em caso de retirada de candidatos políticos das plataformas.

O governador da Flórida, entretanto, terá dificuldades para desbancar Trump como o candidato republicano à presidência daqui a dois anos. O ex-presidente disse na terça-feira que votou para DeSantis ser reeleito (ele possui residência na Flórida), mas em entrevista à Fox News, o aconselhou a não disputar as prévias do partido.

“Acho que ele estaria cometendo um erro, acho que a base [do Partido Republicano] não iria gostar - não acho que seria bom para o partido”, alegou Trump, que apontou que, se DeSantis concorrer contra ele, “eu diria coisas sobre ele que não seriam muito lisonjeiras, eu sei mais sobre ele do que qualquer pessoa – exceto, talvez, a esposa dele”.

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